A francesa Bouchra Jarrar, nomeada para dirigir a Lanvin após a tumultuada saída de Alber Elbaz, abriu hoje uma nova página na história da maison com uma coleção que exaltou os códigos de sobriedade da marca.
Fundada por Jeanne Lanvin em 1889, a marca é a mais antiga em atividade em França. A coleção de Jarrar era particularmente esperada desde o decepcionante desfile da temporada passada, criado pelo atelier Lanvin.
As suas propostas conseguiram que se mantivesse um equilíbrio entre o masculino e o feminino. A estilista brincou com contrastes, pijamas de riscas e sapatos baixos, smokings e casacos, mas também com delicados fatos com transparências feitas em renda, organza e flores bordadas.
"Odeio o stress", disse Bouchra Jarrar no final do desfile. "Sou alguém que antecipa as coisas, ainda que isso não impeça que tenha dias muito densos!", acrescentou.
"Para mim, o que importava era trazer luz, era uma obsessão para todas as opções dos materiais, nas proporções, nas silhuetas. O brilho coexiste com o mate, o opaco com o transparente e a renda", diz a estilista.
Antes de fundar sua própria marca em 2010, Bouchra Jarrar foi diretora da Balenciaga juntamente com Nicolas Ghesquière e, depois, trabalhou na maison Lacroix.
Rochas e o choque de cores
Para o próximo verão, Alessandro dell'Acqua traz uma opção apurada na hora de compor silhuetas com peças que combinam duas ou três cores primárias: azul e amarelo, verde e laranja, amarelo e verde.
São looks simples, de elegância intemporal, que segundo o estilista, oriundo de Nápoles, correspondem de forma fiel ao DNA da marca. Esta é uma coleção que sobrevoa a atmosfera dos anos 40 sem chegar à nostalgia. É como se uma "teddy girl" - menina rebelde - usasse as roupas de marcas famosas que encontrou no armário da família.
"É uma coleção muito Rochas, muito do arquivo Rochas - diz dell'Acqua - mas utilizada de uma forma contemporânea".
Transparências de tule, organza e renda fazem a variação nesse clima de delicadeza do prêt-à-porter que não deixa nada a dever à Alta-Costura.
"Para mim, o importante era a cor, a leveza, a elegância, mas com uma atitude muito enérgica", afirmou Dell'Acqua. "Queria que as cores chocassem desde os sapatos, ao vestido e lingerie". Esta é uma coleção, insiste o estilista, que presta "menos atenção ao detalhe decorativo e mais à cor".
Um protagonismo cromático que relembra as capas emblemáticas da Vogue americana nos anos 50 com fotografias de Erwin Blumenfeld.
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