A liposucção, que também pode ser designada por lipoaspiração, pode ser utilizada em qualquer parte do corpo, incluindo a cara.

Muito usada, a técnica consiste, basicamente, em «introduzir, na zona, uma pequena cânula, conectada a uma máquina de sucção por vácuo, através da qual se retiram as gorduras em excesso», explica Biscaia Fraga, diretor da Clínica Biscaia Fraga, em Lisboa.

No caso da cara, utiliza-se preferencialmente a liposucção tumescente. «É uma solução em que se recorre à anestesia local e a um vasoconstritor que evita o sangramento», acrescenta o especialista.

A mesma técnica mas diferentes instrumentos

O objectivo da liposucção é eliminar a gordura das camadas mais profundas da pele. Para que a sua camada exterior (epiderme) fique uniforme, é necessário introduzir cânulas em diversas posições e orientações. «A técnica é essencialmente a mesma. O tamanho da cânula é que varia em função da área corporal. No rosto, são empregues cânulas muito finas, enquanto que no abdómen e nos quadris, as cânulas são maiores», explica Biscaia Fraga.

Isso significa então que podemos diminuir a gordura em qualquer e toda a região do corpo através da liposucção? «É possível e adequado desde que as qualidades físicas da pele (a elasticidade, a tonicidade e a tensão) o permitam», responde o cirurgião plástico.

Futuro imediato

Nos últimos 30 anos, a liposucção tem experimentado uma alteração importante, conforme salienta Biscaia Fraga. «As cânulas de um centímetro de diâmetro, que se utilizavam originalmente há 20 anos, passaram de cânulas de dimensões minímas a outros avanços, como a vibroliposucção (cânulas que vibram) ou aos ultrassons que permitem que a cânula penetre melhor em zonas mais fibrosas e rompa a gordura de forma mais eficaz», refere o especialista.

«Também se têm incorporado outras técnicas, como o laser ou a radiofrequência para reduzir o inchaço ou a inflamação», sublinha ainda. Isto deu lugar a técnicas combinadas em que a liposucção se integra como um tratamento mais completo. É o caso da liposucção ultrasónica tridimensional, que permite remodelar a cintura (quadris, glúteos e coxas) no seu conjunto, conseguindo definir uma linha harmoniosa desde a cintura às coxas.

Outra das novidades neste campo é a liposucção vertical, que se diferencia da tradicional, em que as cânulas se aplicam no sentido horizontal. Nesta modalidade, as cânulas são introduzidas verticalmente com o objectivo de evitar a flacidez da pele.

As bases da liposucção

Ainda que cada cirurgião adapte a técnica que considera mais eficaz e mais adequada a cada caso, existem alguns princípios comuns que se aplicam ao usar esta técnica. As incisões, por exemplo, são muito pequenas (de um a dois milímetros) e ficam quase sempre ocultas, conferindo um aspeto natural ao corpo.

«Na remota possibilidade de se notarem, podem ser corrigidas com laser e outras técnicas que funcionam muito bem no que respeita à morfologia das cicatrizes em geral» refere Biscaia Fraga. A gordura é eliminada sem afectar outras estruturas corporais como os nervos ou os vasos sanguíneos.

É frequente aproveitar a mesma intervenção para eliminar gordura em mais de uma zona. Por exemplo, é habitual tratar, na mesma sessão, os joelhos e as ancas, o abdómen e os flancos, as coxas e os joelhos. O preço base das liposucções oscila entre os 1.500 e os 6.000 euros.

«A este valor, acresce o internamento hospitalar e a anestesia, se for caso disso. Contudo, a maioria das liposucções são realizadas sob anestesia local, não havendo a despesas de internamento», acrescenta o especialista.

Texto: Cláudia Pinto