O número de mulheres que recorre a implantes capilares para colmatar falhas de cabelo está a aumentar e o número de homens que procura reforçar a quantidade de barba no rosto também. Em entrevista à Ultimate Beauty, Isabel Domingues Soares, médica fisiatra e diretora clínica da rede de clínicas DHI, explica o fenómeno e enumera alguns dos principais avanços nesta área. «Existe uma maior procura e em idades mais jovens», confessa a especialista.
Há muito que o cabelo está no topo das prioridades estéticas. Quais são, com base na vossa experiência, os problemas que mais levam, hoje em dia, homens e mulheres a procurar ajuda especializada?
A maioria dos pacientes que nos procura apresenta preocupações ao nível da imagem, por questões estéticas e de autoestima. A calvície não é só um problema masculino, embora a maioria dos nossos pacientes sejam homens, também as mulheres recorrem cada vez mais ao transplante capilar. Acima de tudo, quando alguém nos procura, fá-lo com o objetivo de melhoria da imagem, para tirar maior partido das características do seu rosto.
Os nossos médicos têm como grande preocupação, respeitando todas as diretrizes técnicas, que o paciente se sinta melhor com a sua nova imagem e que isso o ajude no seu quotidiano. A calvície chega a afetar a forma de socialização da pessoa e o seu desempenho ao nível pessoal e profissional, revelando-se mesmo muito traumatizante psicologicamente em determinados casos. Com o passar dos anos, temos assistido a um aumento da pressão na sociedade para se manter uma boa imagem e o cabelo é, sem dúvida, a moldura do rosto.
O número de mulheres com problemas de queda de cabelo tem vindo a aumentar consideravelmente. A procura por parte de mulheres que vos contacta também? O que pode estar na causa deste fenómeno?
Notamos uma crescente procura por parte das mulheres, não tanto pelo aumento dos problemas relacionados com a alopecia mas sobretudo pela maior informação que se verifica nos meios de comunicação social e nas redes sociais no que se refere ao transplante capilar. O facto de hoje já não ser necessário rapar o cabelo para se fazer um transplante capilar com extração unitária de folículos proporciona um conforto acrescido e facilita a tomada de decisão na resolução deste problema por parte das mulheres.
A maior preocupação com a imagem quer em termos sociais quer profissionais está também na origem desta crescente procura. Pensamos, ainda, que a crescente procura se deve também à eficácia da técnica que utilizamos para transplante capilar, cujos resultados são, de facto, notáveis.
No que respeita aos homens, muitos já se começaram a render às inovações que têm surgido, nomeadamente no que se refere a transplante capilar. Notam atualmente alguma tendência?
Sim, existe uma maior procura e em idades mais jovens. Com o aumento de informação disponível, muitos são os jovens que nos procuram, aos primeiros sinais, para evitar uma evolução estética negativa que a calvície habitualmente traz. Há uma clara tendência também no que diz respeito ao transplante de barba, para preencher falhas e zonas sem pelo ou para obtenção de barbas mais densas e cerradas.
Com o avanço da técnica e uma redução significativa do calibre dos nossos instrumentos, os pacientes obtêm resultados excecionais com uma ótima densidade e sem vestígios de que se submeteram a uma intervenção desta natureza.
Nos últimos anos, a barba esteve na moda. Também houve homens a procurar-vos para aumentar a pilosidade facial?
Sim, temos assistido a uma procura crescente por este procedimento. Na realidade, nunca realizámos tantos transplantes de barba como nos últimos meses e a procura tem vindo a aumentar.
Veja na página seguinte: O tratamento milagroso de que os especialistas continuam à espera
No que respeita à saúde e aos tratamentos de restauro capilar, qual é a novidade mais esperada? Idealmente, qual seria o tratamento milagroso que mais gostariam que fosse anunciado?
Na verdade, como a cura definitiva para a alopecia não está no horizonte, a melhor notícia que poderíamos ter era a da possibilidade de multiplicar o número de folículos na zona dadora, para que pudéssemos ver todos os nossos pacientes sair das nossas salas de tratamento com a densidade de origem. A clonagem de folículos através de células estaminais é uma possibilidade e o DHI Global Medical Group, em parceria com a Universidade de Medicina de Atenas, tem investido fortemente no estudo e desenvolvimento deste possível tratamento.
Nos últimos anos, várias marcas de grande consumo lançaram champôs que conseguem fazer a haste capilar absorver substâncias líquidas que se materializam depois de assimiladas, fortalecendo o cabelo. Este tipo de produtos funciona mesmo? Se sim, porque é que não são a solução milagrosa para muitos dos problemas capilares que homens e mulheres têm hoje em dia?
Estes produtos são eficazes em determinados casos de alopecias transitórias ou pontuais como, por exemplo, após uma gravidez ou durante regimes de emagrecimento, em que há um desequilíbrio momentâneo da nutrição do folículo. A sua eficácia é questionável no caso da alopecia androgenética, responsável pela maioria dos casos de alopecia masculina e por muitos casos de alopecia feminina.
Nestes casos os folículos da região frontal e superior da cabeça são sensíveis à ação da hormona testosterona, perdendo ao longo dos anos a capacidade de produzir cabelo. Apenas transplantando folículos da região posterior da cabeça, os únicos que não são sensíveis à ação da testosterona, para zonas que sofram de alopecia, se soluciona definitivamente o problema.
No vosso caso em concreto, quais são as principais novidades e inovações no que se refere a tratamentos de restauro capilar?
Na DHI Global Medical Group o core business é o transplante capilar, com a garantia de que é considerado um tratamento indolor e muito menos invasivo face aos que existem atualmente no mercado. A DHI foi fundada em 1970 e é líder em transplante capilar a nível mundial. Em 2002 criou a popular técnica FUE (Follicular Unit Extraction) e em 2010 voltou a surpreender ao criar a nova técnica designada por Direct. Esta é executada exclusivamente por médicos certificados e treinados na DHI Academy, em Londres.
Distingue-se de todas as outras existentes no mercado (FUE/FUT), pelo recurso ao implantador patenteado DHI que proporciona um resultado estético extremamente natural, pois injeta o folículo sem necessidade de realizar um orifício prévio, permite ao médico o controle total da profundidade, direção e ângulo de cada folículo piloso, minimizando o trauma associado e garantindo a sobrevivência de 97% dos folículos transplantados.
Com a técnica Direct não necessitamos fazer orifícios prévios na zona recetora, na fase de implante. Milhares de orifícios prévios originam um traumatismo nesta zona e implicam uma cicatrização muito mais demorada e dolorosa, deixando marcas. Um resultado estético que não é comparável com o da Direct, a mais avançada técnica de transplante capilar da atualidade. Com a Direct não é necessário manipular folículos.
Esta particularidade faz toda a diferença, pois as outras técnicas após a extração manipulam e dissecam o folículo, principal causa de morte prematura dos folículos. A zona dadora de onde são retirados os folículos para transplantar é uma pequena área na região posterior da cabeça com um número limitado de folículos, pelo que é da maior importância realizar o transplante com a técnica que assegure os melhores resultados para não condicionar um possível futuro transplante.
Existem outras vantagens?
Outra das grandes inovações da técnica Direct é o facto de permitir realizar o transplante sem rapar qualquer zona da cabeça, o que representa um conforto acrescido para o paciente que pode assim voltar ao trabalho e às suas atividades diárias imediatamente a seguir, mantendo a imagem e corte de cabelo habituais. Trata-se da solução ideal para quem não pode alterar publicamente a sua imagem.
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