Taxas de fecundidade aquém do desejável estão a levar governos e autoridades locais a desenvolver políticas que estimulem os casais a procriar mais. A edição britânica do jornal Metro apresenta hoje a lista das nações que estão mais preocupadas com o fenómeno. Entre os mais desesperados para aumentar os níveis de fertilidade e conseguir registar mais de duas crianças por mulher estão 10 países:
1. Dinamarca
Neste país europeu, a taxa de fecundidade é de apenas 1,73 filhos por mulher. Para incentivar os casais a aumentar esse número, a Spies Rejser oferece três anos de fraldas, roupas, alimentos e acessórios aos casais que aproveitem umas férias reservadas através desta agência de viagens local para copular. A iniciativa é acompanhada por uma campanha, que inclui o vídeo «Do it for mom», que apela à conceção de bebés para que todas as mulheres possam, um dia, ser avós.
2. Rússia
De acordo com o site Tech Insider, o país passa por um período difícil em termos demográficos. Problemas de HIV e de alcoolismo estão a fazer com que mais homens morram cedo e que muitas mulheres abdiquem do sonho da maternidade. Em 2007, o governo russo decretou o 12 de setembro como o Dia Oficial da Conceção, apelando a muitas empresas para darem o dia de folga aos trabalhadores para que estes pudessem fazer filhos.
O incentivo não se fica apenas por aqui. Todas as mulheres que deem à luz exatamente nove meses depois, a 12 de junho, recebem de oferta... um frigorífico! Apesar da medida estar em vigor há praticamente uma década, a verdade é que os números não subiram por aí além, algo a que a crise local também não é, de todo, alheia.
3. Japão
Um estudo de 2011 revelou que 61% dos homens solteiros e 49% das mulheres com idades entre os 18 e os 34 anos não tinha qualquer relacionamento amoroso. Para convencer os casais a não ter medo de enfrentar os desafios da parentalidade, vivenciando-a sem compromissos, um grupo de cientistas locais criou o Yotaro, um robô bebé. Muitos estudantes da Universidade de Tsukuba acreditam que, se experimentarem, os jovens sentir-se-ão mais emocionalmente preparados para assentar.
4. Roménia
Nos tempos do antigo regime comunista, os casais que não tivessem filhos para assegurar a sustentabilidade do estado tinham de pagar. A taxa cobrada na altura chegava a representar 20% do rendimento do agregado. Nos anos da década de 1980, as mulheres eram obrigadas a fazer regularmente exames ginecológicos para garantir que, se engravidassem, a gestação conseguiria ir até ao fim.
Veja na página seguinte: Os outros países que também têm políticas de natalidade em marcha
5. Singapura
Tem a taxa de fecundidade mais baixa do mundo, não ultrapassando as 0,81 crianças por mulher. Na tentativa de combater o problema, o governo local instituiu a National Night, um evento patrocinado pela marca de drageias de mentol Mentos. Uma iniciativa que encoraja os casais a «deixar o seu patriotismo explodir». Nos últimos anos, foi também reduzido o número de casas para arrendar, para forçar a coabitação entre homens e mulheres.
Até agora, as autoridades locais já gastaram cerca de 1,51 mil milhões de euros em programas que levem os habitantes locais a fazer mais sexo. Além de oferecer dinheiro a casais que tenham mais do que um filho, os pais recebem um bónus de perto de 3.000 € pelo nascimento da primeira e da segunda criança e mais 4.000 € pela terceira e pela quarta.
6. Coreia do Sul
É outro dos países com uma taxa de natalidade abaixo do que seria desejável. Para inverter a tendência de há vários anos, muitas empresas viram-se obrigadas a desligar as luzes às 19h00, todas as quartas-feiras, para obrigar os funcionários a ir para casa, naquele que foi instituído como o Dia da Família. Os trabalhadores são, assim, encorajados a ir para o recanto do lar para tratar de a aumentar.
7. Índia
A muita pobreza no país tem feito decrescer a natalidade na comunidade dos pársis, o que levou as autoridades do país a apostar em campanhas como a que tem como slogan «Seja responsável. Não use um preservativo esta noite». Antes desta, foi desenvolvida uma outra, também ela com o público masculino como alvo, exortando os homens a sair de casa. «Não está já na altura de acabar com a sua mãe?» é o mote.
Apesar de criticada pela forma, a estratégia tem-se revelado vencedora. Em 2001, a pequena comunidade que corresponde a cerca de 0,007% da população indiana, não ia além dos 61.000 membros. No último censo oficial, já eram perto de 70.000. Este grupo étnico-religioso do subcontinente indiano, também conhecido como parses, saiu do Irão devido às perseguições de que foram alvo no século X.
8. Itália
Os italianos têm a fama de ser machos latinos mas, na realidade, não têm tido muito proveito, se tivermos em conta que os seus índices de fecundidade são inferiores aos da média europeia. Neste país, a maioria das campanhas desenvolvidas tem sido dirigida às mulheres. «A beleza não tem idade. A fertilidade, sim», alertava um dos slogans. «Avance! Não espere pela cegonha», era a mensagem de uma outra.
Veja na página seguinte: O que Espanha já fez para combater o problema
9. Hong Kong
À semelhança de Singapura, também Hong Kong começou a distribuir dinheiro aos casais para os incentivar a ter mais filhos. Apesar do esforço, a taxa de natalidade não subiu por aí além. Em 2014, era de 1,17, mais 0,06 do que em 2013, ano em que não foi além de 1,11. Em 2003, era de 1,32, o valor mais alto desde o ano 2000. As autoridades locais estão atentas ao problema e prometem continuar a apostar em políticas que promovam a fecundidade.
10. Espanha
Depois de atingir níveis históricos, a taxa de desemprego em Espanha voltou a descer, mas os índices da natalidade não estão a acompanhar a recuperação. Metade dos jovens adultos não tem trabalho, o que não incentiva os casais a procriar. Para combater o problema, o governo espanhol contratou um especialista que tem como missão desenvolver políticas que revertam a situação. Muitos sexólogos sugerem posições sexuais para combater a rotina.
Texto: Luis Batista Gonçalves
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