
Em média, as mulheres estimam vir a contribuir para a natalidade pela primeira vez aos 32 anos e os homens aos 34, mas se fosse apenas por vontade própria ambos acreditam que é antes dos 30 anos que é a altura ideal para dar este passo.
Os dados fazem parte do estudo “Conhecimento, perceções e atitudes em relação à reprodução assistida da população portuguesa em idade reprodutiva”, que indica que quase 25% dos inquiridos acreditam que vão acabar por não ter filhos. O valor aproxima-se dos 30% nas mulheres e desce para pouco mais de 20% nos homens.
Este é um dos resultados do estudo, que será lançado durante o encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução e Embriologia. Trata-se de um estudo que contou com a participação de 2.400 portugueses, com idades entre os 18 e os 45 anos, sem filhos.
Maioria disposta a preservar fertilidade
O estudo, realizado com o apoio de um laboratório, concluiu que “70,9% dos homens e 73,9% das mulheres preservaria a sua fertilidade para poderem ser pais mais tarde”.
Destes, “a esmagadora maioria fá-lo-ia no caso de terem uma doença cujos tratamentos possam afetar a fertilidade e cerca de 70% preservaria a sua fertilidade tendo em vista o adiamento da parentalidade por opção”.
As conclusões do estudo indicam que 72,2% dos homens e 76,2% das mulheres estão dispostos a alterar os seus hábitos de vida se tivessem conhecimento de algum problema que afetasse a sua fertilidade.
Quase metade dos inquiridos (40,7% dos homens e 46% das mulheres) afirma que antecipariam o momento de ter filhos se tivessem conhecimento de algum problema que afetasse a sua fertilidade.
Maioria não sabe que fertilização in vitro é comparticipada
Em matéria de tratamentos, os inquiridos demonstraram algum desconhecimento da realidade dos hospitais públicos, com a maioria (63% dos homens e 54,3% das mulheres) a não saberem que a Fertilização In Vitro (FIV) é uma técnica comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Aproximadamente metade dos homens e das mulheres indica, incorretamente, que o SNS não autoriza qualquer tratamento de FIV”.
Em média, os homens estariam disponíveis a gastar 5.109 euros numa FIV, e as mulheres 4.915 euros.
Apenas 12,8% dos homens e 22,6% das mulheres já debateram o tema da fertilidade nas suas consultas médicas, sendo que as mulheres o fazem na sua maioria com o médico ginecologista (54,5%) e os homens com o médico de família (41,2%).
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