A ação foi inicialmente agendada pela Comissão de Residentes da residência José Novais Barbosa, um espaço localizado no Campus do Campo Alegre que acolhe estudantes de várias faculdades, sendo que esta tarde alguns residentes condenaram o facto de não terem cozinha no edifício, bem como outros aspetos.

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Entretanto o protesto acabou por ser acolhido também no âmbito do (Des)Alojados, um movimento que foi constituído no início do ano letivo no Porto e que visa alertar para a necessidade de criação de mais residências universitárias nesta cidade.

Abaixo-assinado

Em declarações à agência Lusa, em nome do movimento e da comissão da residência José Novais Barbosa, Hugo Devesas apontou que está a ser ponderada a elaboração de um abaixo-assinado nacional para, disse o aluno do terceiro ano de Sociologia, "dar nota da dificuldade que os estudantes do Porto têm para arranjar casa" neste concelho.

Comer todos os dias na cantina de manhã e à noite não é uma opção porque a qualidade da comida não é excelente

"Os preços são astronómicos e muitos não conseguem bolsa. Torna-se insustentável face às despesas com propinas e alimentação, livros e tudo o resto", indicou Hugo Devesas que nos dois primeiros anos preferiu manter-se a viver na Trofa, em casa dos pais, e fazer o trajeto para o Porto todos os dias, numa viagem de cerca de uma hora e meia (entre transbordos do comboio e autocarros) que lhe custava cerca de 42 euros/mês, somados dois passes.

Quanto à situação da residência José Novais Barbosa, o estudante criticou a falta de uma cozinha, enquanto Salomé Fonseca, aluna do segundo ano de Línguas Aplicadas, e Rute Pereira, do primeiro ano de Filosofia, contaram que dividem um frigorifico com mais 11 pessoas.

"E comer todos os dias na cantina de manhã e à noite não é uma opção porque a qualidade da comida não é excelente, nem os pratos são variados. Além desta situação, estudamos num espaço com pouca luz natural e sem condições", referiram as estudantes.

Hugo Devesas acrescentou, ainda, saber que existem quartos com infiltrações em várias residências universitárias da UP, nomeadamente cerca de 100 fechados na residência Alberto Amaral que fica no mesmo Campus.

Infiltrações

A agência Lusa solicitou esclarecimentos à UP, que confirmou a situação na residência Alberto Amaral, apontando que "problemas estruturais do edifício conduziram a uma infiltração de larga escala que obrigou ao fecho de uma ala com 100 quartos por falta de condições de habitabilidade".

"Já há projeto e plano de obra definidos e nas próximas semanas deverá ser lançado o processo de adjudicação da empreitada, que se prevê que tenha uma duração de 18 meses, uma vez que é necessário realizar uma reabilitação profunda do edifício", indicou a Universidade em resposta escrita enviada à Lusa.

Quanto à cozinha reclamada pelos residentes da José Novais Barbosa, a UP apontou que "essa não é uma hipótese viável", uma vez que obriga a realizar "grandes obras estruturais no edifício" o que podia conduzir "a uma muito provável necessidade de diminuição do número total de quartos".

No entanto, continua a resposta da UP, "a residência Novais Barbosa é a única das nove residências da Universidade do Porto que dispõe de uma cantina no próprio edifício. Uma cantina que serve almoços e jantares, a preços sociais (2,6 euros/refeição), durante os sete dias da semana".