A iniciativa abrange um público-alvo total de mais de 200 pessoas e tem por objetivo “contrariar aquilo que é a fotografia imediata, rápida e [os jovens] acabam por fazer o processo completamente oposto”, explicou à Lusa a produtora Tânia Araújo.
“Trata-se de um processo totalmente participativo, uma vez que cada um destes jovens terá de construir a sua própria câmara fotográfica – uma câmara estenopeica. Depois de construída a máquina, os jovens vão analisar os mapas da cidade onde se encontram e escolher os locais que gostariam de visitar”, esclareceram os responsáveis do projeto, que já se realizou em dois centros educativos de Lisboa e se encontra agora no Porto, seguindo depois para Coimbra e Guarda.
Feito esse estudo, os participantes vão “fotografar os espaços e criar um diário onde expressam o que pensam sobre as imagens captadas, que, no final, serão expostas nas diferentes cidades”.
Tânia Araújo disse que o projeto dá continuidade a um trabalho feito pelo Movimento de Expressão Fotográfica desde 2007 e procurou dar resposta à falta de atividades, em particular dos jovens que se encontram em regime fechado, ou seja, que não podem sair do centro, salvo em certas exceções.
“Não há muitas atividades nos centros educativos para eles poderem fazer”, afirmou a produtora do projeto, realçando que, por vezes, alguns dos envolvidos chegam a dizer que os formadores estão “a gozar com eles” e questionam: “Como é que é possível, através de uma cartolina que eles montam, poderem fazer uma fotografia?”
Tânia Araújo resume numa frase aquilo que é o trabalho do projeto “Este espaço que habito”: “Estamos a dar-lhes liberdade durante um momento”.
No caso dos jovens em regime semiaberto a liberdade é literal, uma vez que podem sair durante as atividades do projeto, que, fora de Lisboa, dura 10 dias e envolve turmas com cerca de 20 alunos.
Por Lusa
Comentários