Na próxima segunda-feira iniciam-se plenários pelas escolas de todo o país para saber qual a disponibilidade dos professores para avançar com formas de luta caso não vejam propostas concretas para a recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado, explicou hoje Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.

A Fenprof é uma das 10 estruturas sindicais que fazem parte da plataforma que durante mais de um ano tentaram negociar com o Governo a recuperação do tempo de serviço.

As declarações de Mário Nogueira foram feitas hoje ao fundo da escadaria da Assembleia da República, em Lisboa, enquanto representantes das 10 organizações sindicais se reuniam com os grupos parlamentares para explicar como tinha decorrido o processo negocial.

A plataforma decidiu deslocar-se hoje ao parlamento, dias depois de terminadas sem acordo as negociações sindicais com o Governo que voltou a apresentar a proposta de recuperação de cerca de dois anos de nove meses de serviço, um diploma que deverá seguir em breve para aprovação em Conselho de Ministros.

O porta-voz da plataforma, Mário Nogueira, disse aos jornalistas estar agora “muito confiante” de que o processo se resolva no parlamento, uma vez que todos os partidos políticos, à exceção do PS, já manifestaram o seu apoio à recuperação integral do tempo de serviço.

No entanto, Mário Nogueira disse que caso a situação não fique resolvida os professores podem manter formas de luta até 05 de outubro, dia em que poderão realizar uma nova manifestação nacional de professores em véspera de eleições legislativas.

Os protestos podem também passar por greves nacionais de um dia durante diversas semanas, uma das opções colocadas aos professores como forma de luta no questionário que será distribuído a partir da próximas segunda-feira.

Greve por período prolongado, com incidência nos anos de fim de ciclo (4.º, 6.º, 9.º e 12.º ano), ou uma greve coincidente com o período de avaliações ou nos dias de exames nacionais são outras das opções de forma de luta.

Mário Nogueira sublinhou que todas estas ações só serão desenvolvidas caso haja disponibilidade dos professores dos anos em causa para aderirem e caso não haja avanços políticos no sentido da recuperação do tempo integral de serviço.

As formas de luta concretas serão conhecidas no dia 23 de março durante a manifestação nacional de professores que se realizará em Lisboa e para a qual Mário Nogueira voltou hoje a apelar à presença de todos os docentes para que as reivindicações ganhem mais força.

No final da conferência de imprensa os representantes dos sindicatos regressaram à Assembleia da República onde entregaram uma petição com mais de 60 mil assinaturas na qual pedem a recuperação do tempo de serviço.