Cláudia Pereira disse à Lusa que, ao contrário dos primeiros 25 menores refugiados que chegaram a Portugal em julho e que ficaram colocados em Lisboa, com o auxílio da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), os 28 menores refugiados não acompanhados que devem chegar em setembro ficarão em outras cidades, para que haja uma diversificação na sua distribuição.
A secretária de Estado adiantou que tal como o primeiro grupo de 25, os 28 menores que irão chegar este mês serão colocados em meio urbano, irão aprender a língua portuguesa e estudar no país e, mais tarde, se for caso disso, trabalhar em Portugal.
Cláudia Pereira realçou que estes menores "vão começar assim uma vida nova após terem passado por situações difíceis e traumáticas nos seus países de origem, mas também na Grécia, onde passaram por momentos complicados".
O transporte destes jovens refugiados será realizada por via aérea, tendo a secretária de Estado admitido que ainda há procedimentos legais a resolver com a Grécia, numa altura em a Europa e o resto do mundo se debatem com a pandemia de covid-19. O transporte será feito em articulação com a Organização Internacional para as Migrações.
Cláudia Pereira salientou que Portugal adotou desde logo uma "posição pró-ativa" e manifestou a disponibilidade de acolher um total de 500 menores não acompanhados.
Paralelamente, ao abrigo de um acordo bilateral entre Portugal e a Grécia, as autoridades portuguesas comprometeram-se a proceder-se à agilização da já prevista transferência das primeiras 100 pessoas.
No total, o acordo prevê o acolhimento de até 1.000 pessoas que se encontram em campos de refugiados na Grécia, tendo obtido "luz verde" da Comissão Europeia, sendo a situação acompanhada pela Organização Internacional para as Migrações.
De acordo com um comunicado de hoje do governo português, na transferência de menores, as autoridades gregas determinam os perfis das pessoas, priorizando as que se encontram em situação de maior vulnerabilidade.
Entretanto, em Berlim, o ministro do interior alemão anunciou que 10 países da União Europeia vão receber cerca de 400 migrantes menores desacompanhados, retirados da ilha grega de Lesbos após os incêndios que destruíram o campo de Moria.
Situado na ilha grega de Lesbos, Moria - o maior campo de refugiados da Europa e aquele que tinha piores condições, já que albergava cerca de quatro vezes mais pessoas do que a sua capacidade – sofreu vários incêndios na quarta-feira, após confrontos entre os migrantes e as autoridades gregas.
O incêndio foi detetado depois de ter sido anunciado que 35 pessoas do campo tinham obtido resultado positivo no teste para deteção da infeção da covid-19 e que iriam ser transferidas para uma área especial de isolamento.
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