A população residente em Portugal perdeu perto de 30 mil pessoas, entre 2010 e 2011, revelaram hoje as Estatísticas Demográficas do INE, segundo as quais, a natalidade atingiu o valor mais baixo, em 2011, desde que existem registos.

 

Em 2011, a população residente em Portugal desceu para 10.542.398 pessoas, o que representa um decréscimo de 30.323 face a 2010, invertendo a tendência da década anterior.

 

A população aumentou entre 2001 e 2011 (passando de 10.394.669 para 10.542.398), mas, desde 2010, verifica-se uma taxa de crescimento efetivo negativa de 0,29%, uma vez que se verificaram decréscimos populacionais de 758 pessoas, entre 2009 e 2010, e de 30.323, entre 2010 e 2011.

 

Esta situação resultou da conjugação de crescimentos naturais negativos (menos nascimentos) em 2010 e 2011 (menos 4.573 e menos 5.992, respetivamente) com um crescimento migratório muito baixo em 2010 (3.815), que passou para negativo em 2011 (menos 24.331), explica o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

As Estatísticas Demográficas 2011, que fazem uma análise global da situação demográfica no país, na última década, referem que se mantém a tendência de envelhecimento demográfico. Em resultado desta tendência, o índice de envelhecimento aumentou de 103 para 128 idosos, por cada 100 jovens, entre 2001 e 2011.

 

Neste período, a proporção de jovens (até aos 14 anos) baixou de 16,2% para 14,9% da população total, e a dos indivíduos em idade ativa (15/64 anos) caiu de 67,3% para 66%, enquanto a percentagem de idosos aumentou de 16,6% para 19%.

 

A natalidade atingiu o valor mais baixo de sempre em 2011, ano em que se registaram 96.856 nados vivos, menos 4,5% face a 2010, refere o INE, acrescentando que a taxa bruta de natalidade se situou em 9,2 nados vivos por mil habitantes, em 2011.

 

Apesar da queda da natalidade, aumentou a percentagem de nados vivos de mães estrangeiras em Portugal, passando de 5,2%, em 2001, para 10,3%, em 2011, embora a percentagem tenha diminuído ligeiramente em relação a 2010 (10,6%).

 

A percentagem de nados vivos de mães residentes em Portugal, nascidos fora do casamento, aumentou de 23,8% para 42,8%, numa década, sobretudo em resultado do acréscimo verificado na proporção de bebés nascidos fora do casamento, mas com coabitação dos pais, que passou, no mesmo período, de 17,8% para 31,9%.

 

As mulheres em idade fértil (15/49 anos) continuam a adiar a idade ao nascimento dos filhos, mantendo-se o número médio de filhos por mulher muito abaixo do limiar de renovação de gerações, que é de 2,1.

 

As taxas de fecundidade das mulheres acima dos 30 anos registaram um ligeiro aumento numa década, não tendo contudo compensado a tendência de decréscimo das taxas de fecundidade nas mais jovens (15/29 anos).

 

A idade média da mulher ao nascimento de um filho aumentou de 28,8 anos para 30,9 anos, numa década, enquanto a idade média da mulher ao nascimento do primeiro filho passou de 26,8 anos, para 29,2 anos.

 

Lusa