As listas de colocação dos alunos nas escolas do país saíram na segunda-feira, mas há pais preocupados porque os seus filhos não ficaram colocados em nenhuma escola.

Em declarações à Lusa, o Ministério da Educação (ME) garante que “neste momento, o processo de colocação de alunos está estabilizado”, mas, tal “como acontece todos os anos, há sempre um conjunto residual de situações que ficam resolvidas pouco tempo depois das listas saírem”.

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Ao Portal da Queixa, por exemplo, chegaram “mais de dez reclamações em três dias relativas à falha e falta de vagas na colocação de alunos em escolas”, refere aquela rede social de consumidores.

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, aponta o dedo aos encarregados de educação que, quando estão a preencher os formulários de matrícula, colocam apenas o nome de uma escola na lista de preferências.

Apesar de ser obrigatório apresentar cinco estabelecimentos de ensino, Filinto Lima diz que é muito usual os encarregados de educação deixarem muitas dessas opções em branco, “pensando que é melhor pôr apenas a escola que querem mesmo”.

No entanto, quando não há vaga na única escola que escolheram, as secretarias veem-se obrigadas a contactar os encarregados de educação para que preencham as restantes opções.

“Há casos de famílias que estão de férias e são contactadas pelas escolas. Claro que ficam sobressaltadas quando percebem que os seus filhos não têm vaga. Isto obriga a interromper as férias para ir à escola tratar do processo”, disse à Lusa, sublinhando que só o encarregado de educação o pode fazer.

Segundo Filinto Lima, “isto acontece todos os anos, sendo que acaba tudo por se resolver”.

No entanto, também existem casos de famílias que preenchem as cinco opções e mesmo assim não conseguem vaga em nenhuma das preferências indicadas, sendo que o Ministério da Educação garante que ninguém fica de fora.

Nestes casos, a escola envia o processo para a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), “que se encarrega de arranjar uma vaga numa escola”, explica o ME em resposta à Lusa, sem adiantar quantos processos tem a DGEstE neste momento.

A DGEstE tem esta responsabilidade, mas os pais que o desejem “também podem dirigir-se às delegações da DGEstE (por escrito ou em presença) para o mesmo efeito”, acrescenta o ME.

O ano letivo que agora terminou ficou marcado por protestos de professores, que realizaram greve às reuniões de avaliações, acabando por atrasar alguns processos de inscrição. A principal causa da luta dos docentes prende-se com a contabilização dos anos de serviço congelados para efeitos de progressão na carreira.

Também este ano, em abril, o ME mudou as regras de inscrição dos alunos, passando a ser obrigatório que o encarregado de educação resida na mesma morada fiscal que o aluno, sendo que ambos têm de fazer parte do mesmo agregado familiar.

Para combater eventuais fraudes com moradas falsas, o despacho das matrículas deste ano passou a exigir que esses dados fossem validados pela Autoridade Tributária.