Com idades entre os 16 e os 25 anos, estes jovens estão no terreno desde 14 de julho e, durante um mês, vão percorrer de bicicleta toda a mancha florestal do concelho, atentos e prontos a sinalizar os fogos nascentes.
Além da vigilância, os jovens têm outras tarefas como a localização de lixeiras e a recolha de lixo, inventariação da rede viária florestal e dos pontos de água e a sensibilização das populações.
"Obviamente isto não é uma tarefa fácil. Muitas vezes os dias são quentes e eles podiam optar por ir para a praia, mas não o fazem. Querem estar aqui e preservar esta área florestal que é uma riqueza inquestionável para o município", disse o presidente da Câmara de Estarreja, Diamantino Sabina. Contribuir para a redução da área ardida e do número de ocorrências são os principais objetivos do programa "Juntos pela floresta, todos contra o fogo no concelho de Estarreja", que já vai na oitava edição, abrangendo, no total, mais de 200 jovens.
Apesar de o município não ter uma manta florestal "muito significativa", o adjunto de comando dos Bombeiros de Estarreja, Altino Silva, destaca o trabalho desenvolvido por estes jovens na dissuasão de possíveis incendiários e deteção de fogos nascentes.
"Estes jovens já nos alertaram em anos anteriores para princípios de incêndio, localizando mais ou menos o sítio, e para nós isso é importante, porque logo à nascença conseguimos debelar os focos de incêndio", referiu o mesmo responsável.
A participar no "Juntos pela floresta" pelo segundo ano consecutivo, Joana Guiomar, de 18 anos, diz que gostou muito da iniciativa no ano passado e decidiu repetir a experiência para "praticar uma boa ação pelo concelho".
"É uma coisa que se faz por gosto. Ninguém vem para aqui obrigado. É um trabalho difícil, cansativo e tira-nos a maior parte do nosso dia, mas nós gostamos e é por isso que o fazemos", disse.
Fábio Aleixo, de 19 anos, diz que gosta de andar de bicicleta na floresta e o facto de ter conhecimento de práticas "menos exemplares" levou-o a aderir ao projeto para "contribuir para melhorar o estado das coisas".
"Se calhar na praia cansava-me menos um bocadinho e apanhava mais sol, mas aqui trabalho em prol da comunidade. Gosto daquilo que faço e é uma maneira também de enriquecer as minhas férias", referiu este jovem, que anda pelo terceiro ano consecutivo a vigiar a zona florestal do concelho.
Cada um destes jovens recebe seis euros por dia pela participação no projeto, um valor que, segundo o presidente da Câmara, "serve de estímulo suficiente para que estes jovens todos os anos voltem aqui a vir e a vivenciar com grande riqueza pessoal este voluntariado para as florestas".
O autarca garante que o "Juntos pela floresta" tem continuidade assegurada para os próximos anos. "Não vamos deixar que isto esmoreça e vamos continuar a apostar neste projeto", afirmou.
Por Lusa
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