“O objetivo é um menino, um robot”, afirmou hoje à agência Lusa Rolando Barradas, estudante de doutoramento em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da UTAD.

O investigador referiu que na maior parte das escolas o que se verifica é a existência de “dois ou três robots” para uma turma e apontou as dificuldades de orçamento para a aquisição destes equipamentos.

“O objetivo é criar algo que seja mais acessível. Na prática não se vai criar nada de novo, mas juntar peças já existentes de forma a criar um ‘kit’ mais acessível comparativamente com as coisas que existem no mercado”, salientou.

O projeto “Erasmus+ KA202 Robots for STEM” foi aprovado em agosto, dispõe de um orçamento de 235 mil euros, tem a duração de 24 meses e pretende atrair “futuros alunos para a área das Ciências e Tecnologia”.

“Tem como objetivo o desenvolvimento de um ‘kit’ de robótica educativa destinado, numa primeira fase, a crianças e adolescentes entre os 10 e os 13 anos de idade, que possa ser utilizado como uma ferramenta de ensino interdisciplinar, aplicada diretamente nos currículos”, explicou Rolando Barradas.

A ideia é, acrescentou, “criar um currículo para determinadas disciplinas para além de informática e robótica, como a física e matemática, com exercícios que possam ser resolvidos através desse robot”.

Rolando Barradas explicou que cada ‘kit’ disporá de um robot que as crianças têm que começar por construir.

O também investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) considerou que a utilização deste tipo de ferramentas promove as “competências técnicas dos alunos, permitindo o desenvolvimento de outras competências indispensáveis no século XXI tais como o pensamento computacional e a resolução de problemas”.

A ideia para o projeto surgiu de um dos trabalhos da tese de doutoramento de Rolando Barradas e tem a orientação dos docentes Salviano Pinto Soares e António Valente, da Escola de Ciências e Tecnologia da UTAD.

O projeto junta um consórcio formado por cinco escolas de ensino básico, o Colégio Paulo VI, em Portugal, e outras quatro na Turquia, Itália, Lituânia e Croácia, uma empresa portuguesa de formação de professores e uma empresa especializada em consultoria de projetos de Inglaterra.

O consórcio pretende também desenvolver um “teaching and learning toolkit”, ou seja, uma ferramenta com atividades para alunos e práticas pedagógicas em cenários educativos inovadores para professores, e um livro com as experiências de ensino e as perceções dos alunos sobre as práticas pedagógicas utilizadas no projeto.