Os trabalhadores em greve estavam concentrados esta manhã em frente aos portões do estabelecimento de ensino a empunhar cartazes onde pediam a remoção do amianto na escola e reclamavam mais funcionários.

“A escola tem cerca de 500 alunos e somos 13 funcionários, mas só 11 é que estão ao serviço, porque uma colega aposentou-se no início deste mês e outra está de baixa”, disse à Lusa Kateryna Ferreira, adiantando que a situação se agravou este ano com a inclusão dos alunos do 1.º ciclo do Centro Escolar de Verdemilho, que está em obras.

Esta funcionária que trabalha na escola há 15 anos realçou ainda que há cinco funcionários que estão colocados em postos fixos (pavilhão, portaria, telefone, refeitório e papelaria), ficando apenas seis disponíveis para realizar "todo o serviço", como a limpeza das salas.

“No 1.º ciclo, em que os miúdos são pequeninos e sujam bastante, chega a haver salas que são limpas uma vez por semana. Os professores começam o dia de aulas numa sala com os caixotes a abarrotar de lixo, porque não há quem tire o lixo”, disse Kateryna Ferreira.

Os trabalhadores não docentes lamentam também “a pouca sensibilidade do resto da comunidade escolar”, nomeadamente pais e professores.

“Os professores também são muito afetados por isto e queixam-se, porque quando precisam de alguma coisa têm às vezes de andar 10 minutos à procura de uma funcionária, mas infelizmente não apareceram aqui”, disse Kateryna Ferreira, lamentando também que a Associação de Pais não se tenha associado ao protesto.

Paulo Rocha, um dos poucos pais que passaram na escola esta manhã para confirmar se o estabelecimento estava encerrado, lamentou que estes sejam “sempre os mais penalizados” com estas greves.

“Eles estão a reivindicar pelos direitos deles. Concordo com isso. Têm esse direito. Agora, logicamente, nós pais é que somos os maiores prejudicados no mesmo disto tudo”, disse o encarregado de educação.

A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, que, em nota enviada à comunicação social, referiu que a paralisação visa “exigir o reforço do pessoal não docente para todos os estabelecimentos do agrupamento”, “o fim dos elevados ritmos de trabalho fruto da falta de pessoal” e “lutar pela municipalização das escolas”.