O estudo que envolveu cerca de 10 mil jovens noruegueses com idades entre os 16 e os 19 anos mostra que os adolescentes mais "viciados" nos aparelhos digitais podem demorar mais de uma hora para conseguir dormir em relação a jovens que não demonstram comportamentos adictos.

As hipóteses de que isso aconteça aumentam em 49% entre os que ficam em frente aos ecrãs mais de quatro horas diárias (além do horário escolar), em comparação com os que passam menos de uma hora.

O risco é máximo no caso daqueles que consultam os ecrãs antes de deitar, lê-se no estudo publicado no jornal médico BMJ Open.

Os jovens acompanhados precisavam, em média, de 8 a 9 horas de sono para estarem em forma no dia seguinte, mas aqueles que passavam mais de duas horas enviando e-mails, ou conversando na Internet, apresentaram três vezes maior risco de dormir menos de cinco horas por noite.

Os investigadores também constataram que aqueles que usavam vários aparelhos ao longo do dia tinham mais dificuldades para adormecer e dormiam menos do que aqueles que usavam somente um equipamento.

Assim, os jovens que usavam dois, ou três aparelhos diferentes, apresentaram-se 50% mais propensos a dormir menos de cinco horas por noite, em relação aos que recorriam a apenas um. Para os que utilizavam quatro, ou mais aparelhos, esse risco aumentava para 75%.

Para os cientistas, conduzidos por Mari Hysing, do Centro de Investigação da Saúde de Bergen, na Noruega, está na hora de os poderes públicos atualizarem as recomendações referentes aos ecrãs digitais.

"Os resultados (do estudo) confirmam a necessidade de recomendar a restrição do uso desses meios em geral", alertaram, escreve a agência France Presse.

Os cientistas antecipam a hipótese de que os ecrãs estimulem o sistema nervoso e que a luz emitida por esses objetos atue sobre o biorritmo, tendo efeitos negativos sobre o sono.