Nos hospitais de Évora, Beja, Portalegre e Litoral Alentejano, a média de adesão à greve por parte dos enfermeiros cifra-se nos “60%”, disse à Lusa Celso Silva, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), frisando que “os blocos operatórios estão a ‘meio gás’ e muitas cirurgias programadas tiveram de ser adiadas”.

No distrito de Évora, com uma adesão global ao protesto na ordem dos "80%", a paralisação afetou, sobretudo, os setores da saúde e da educação, com "muitas escolas fechadas", indicou João Fernandes, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.

"Todas as escolas secundárias da cidade de Évora estão fechadas", relatou, referindo que "várias valências do hospital", incluindo as urgências, também foram afetadas devido à adesão à greve dos assistentes operacionais e técnicos.

As fotos da greve

Sem recolha de lixo

Já o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) disse que “não houve a recolha noturna de lixo” em Évora “porque os trabalhadores aderiram a 100%” e “o estaleiro da higiene e limpeza está encerrado”.

“O parque de materiais da Câmara de Évora está com uma adesão de 90%, tal como o serviço de limpeza diurna e, no edifício da câmara, 75% dos trabalhadores aderirem” à paralisação, encontrando-se ainda “quatro escolas básicas fechadas”, acrescentou o coordenador distrital do STAL, Vítor Carrasco.

No mesmo distrito, a meio da manhã, ainda sem muitos números, o dirigente indicou que “a primeira impressão é positiva” e que “pelo menos oito estaleiros de pessoal operacional estão encerrados, por exemplo nos concelhos de Montemor-o-Novo, Arraiolos e Portel”, assim como “três edifícios administrativos de câmaras, em Mora, Arraiolos e Montemor-o-Novo”.

No distrito de Portalegre, a greve também está a ter "uma boa adesão", sendo de "90% na área da educação", disse Daniel Reguengo, coordenador distrital do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.

A coordenadora da União de Sindicatos do Norte Alentejano, Helena Neves, adiantou que, além da educação, com escolas fechadas na cidade e em vários concelhos do distrito de Portalegre, a greve "é bem visível" no hospital, onde os serviços de atendimento ao público estão fechados.

Em Avis, cujo município é liderado pela CDU, não houve recolha de lixo e o edifício dos Paços do Concelho está encerrado, referiu, indicando que a paralisação também afetou os transportes coletivos da cidade de Portalegre, assegurados pelo município.

“Há muitas escolas fechadas no Alentejo”, enfatizou à Lusa o presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), Manuel Nobre.

De acordo com dados recolhidos pelo SPZS até às 12:00, não havia aulas em pelo menos 18 escolas no distrito de Beja e 17 no de Portalegre (não havia dados para Évora).

Na cidade de Beja, segundo o SPZS, todas as escolas do ensino básico e a secundária Diogo de Gouveia fecharam e só está a funcionar a secundária D. Manuel I.

Neste distrito, a Câmara de Serpa e os respetivos estaleiros municipais, assim como os de Aljustrel, estão fechados e há várias câmaras e serviços municipais a funcionar “a meio gás”, disse à Lusa o responsável distrital da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Vasco Santana.

O mesmo dirigente acrescentou que, no distrito, há equipamentos municipais fechados, como o estádio, as piscinas e o pavilhão desportivo de Vidigueira, e não há recolha de lixo em Serpa, a qual está a decorrer com “muito menos meios” em vários concelhos.

A greve de hoje foi inicialmente convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (ligada à CGTP), mas, em meados deste mês, juntou-se à paralisação a Federação de Sindicatos da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (filiados na UGT).

O objetivo é pressionar o Governo a incluir no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) a verba necessária para aumentar os trabalhadores da função pública, cujos salários estão congelados desde 2009.