Em declarações à agência Lusa, André Gomes, diretor da Crioestaminal, disse que a associação europeia, de que esta empresa sediada no Biocant Park, em Cantanhede, é sócia fundadora, reúne cerca de 70 por cento das amostras do sangue do cordão umbilical existentes a nível europeu.

"Os objetivos para 2015 passam por ajudar a desenvolver o setor e continuar a investigação para desenvolver mais aplicações [de células estaminais]", disse André Gomes.

Embora cada empresa possua os seus próprios projetos de investigação, o responsável da Crioestaminal frisou que estão a ser investigadas aplicações para paralisia cerebral e autismo, bem como a eventual aplicação do tecido do cordão umbilical no tratamento de doenças autoimunes - aquelas em que o sistema imunitário ataca tecidos saudáveis do corpo humano.

De acordo com André Gomes, até à data, as células estaminais são usadas no tratamento de mais de 80 patologias como leucemias, anemias, linfomas ou doenças metabólicas hereditárias, entre outras, tendo sido realizados mais de 30 mil transplantes.

O responsável da Crioestaminal frisou ainda que a associação europeia do setor, com sede em Bruxelas e denominada Cord Blood Europe, "pretende garantir ‘standards' muito elevados de qualidade e segurança" e reúne, para além de Portugal, empresas localizadas na Alemanha, Bélgica, Grécia, Dinamarca e Polónia.

A Crioestaminal é o segundo maior banco europeu de amostras de sangue do cordão umbilical ao nível da capacidade de armazenamento - o maior é um banco belga - e o quarto em número de amostras armazenadas, cujas instalações, recentemente ampliadas, foram hoje dadas a conhecer aos parceiros estrangeiros, no âmbito da assembleia anual da associação realizada em Cantanhede.

A Cord Blood Europe, frisou, pretende estender a sua atividade a outros bancos europeus, "desde que cumpram os necessários critérios de qualidade", alegou.