Crescer rodeado por plantas melhora a memória espacial das crianças. A informação foi divulgada pelo Daily Mail, e baseia-se num estudo da University College Hospital, em Londres, que analisou a memória espacial de quase 5000 jovens de 11 anos que vivem em cidades britânicas.
A pesquisa revela que os miúdos criados em áreas urbanas com mais vegetação têm mais massa cinzenta numa parte do cérebro, o que influencia a sua capacidade de concentração e a habilidade para a matemática. E sugerem que devia haver mais espaços verdes nos centros populacionais.
O aumento da massa cinzenta significa que as crianças têm uma melhor memória espacial, responsável por compreender o ambiente e a consciência do espaço. Acredita-se que as plantas ajudam o cérebro a desenvolver-se porque, quando são observadas, requerem menos concentração do que cenários criados pelo homem.
Os cientistas referem que esta descoberta reforça a importância de incluir mais espaços verdes nos bairros das cidades. E defendem que os miúdos que vivem em áreas com poucos espaços verde têm uma memória pior do que os que habitam zonas mais arborizadas.
A memória espacial caracteriza a capacidade de registar informações sobre o que acontece no espaço em volta. Influencia a capacidade de adaptação a novos ambientes, a possibilidade de recordar o que se vê e onde se está e a agilidade para encontrar objetos ou lugares e recordar informações diversas enquanto se realiza outras tarefas. Também está fortemente associada à capacidade de prestar atenção e de concentração, bem como à habilidade matemática, determinantes para o sucesso escolar.
A exposição a ambientes naturais e verdes restaura os recursos de atenção, impondo menos exigências ao processamento visual ou auditivo.
Paralelamente, uma equipa espanhola descobriu que crianças que moram perto de parques, jardins ou bosques – ou que frequentam escolas com muitas áreas verdes – estão um ano à frente dos seus congéneres que habitam a dita “selva urbana”.
O professor e principal autor do estudo britânico, Eirini Flouri, referiu que “os bairros com espaços verdes são pensados para tornar os residentes mais saudáveis, mais aptos e mais magros. No entanto, tem havido pouca pesquisa sobre o papel dos espaços verdes para as crianças – especialmente no que toca aos aspetos cognitivos. Isso é lamentável, porque existem seguramente muitas razões pelas quais a exposição aos espaços verdes lhes traz grandes benefícios”.
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