O período de maior atividade gripal ocorreu entre 21 de janeiro e 03 de março de 2013, adiantam as principais conclusões do relatório publicadas no site do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

 

Durante este período, foi na semana entre 25 de fevereiro e 03 de março que a taxa de incidência atingiu o valor máximo de 69,6 casos por 100.000 habitantes, “sendo considerada a atividade gripal como moderada”.

 

Segundo o INSA, a maior percentagem de casos de gripe, foi verificada nas crianças (5 e 14 anos), com 61,8% dos casos de síndroma gripal positivos para infeção pelo vírus da gripe.

 

A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (RPLDG), constituída essencialmente por laboratórios hospitalares, realiza o diagnóstico laboratorial do vírus da gripe e “permite um conhecimento mais preciso, da etiologia das infeções respiratórias agudas graves, constituindo por isso, um complemento valioso para o Plano Nacional da Vigilância da Gripe (PNVG)”.

 

Dos casos de internamento em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) reportados pela RPLDG, 38,8% estavam associados a infeção pelo vírus da gripe, sendo o vírus A(H1)pdm09 o responsável pela maioria destas infeções (62,8%).

 

O sistema da Vigilância Diária da Mortalidade não observou qualquer influência da epidemia de gripe na mortalidade por “todas as causas”.

 

O relatório aponta que, através do diagnóstico diferencial de outros vírus respiratórios, foi detetado pelo menos um agente viral em 61,6% dos casos de síndroma gripal.

 

Além do vírus influenza, o rhinovírus humano e o vírus sincicial respiratório foram detetados com maior frequência.

 

A análise virológica, identificou maioritariamente, os vírus influenza B (linhagem Yamagata) e influenza A(H1)pdm09 em 49,5% e 42,3% dos casos de gripe, respetivamente.

 

A maioria dos vírus influenza B/Yamagata evidenciaram uma deriva antigénica relativamente à estirpe vacinal para a época 2012/2013, aproximando-se da estirpe B/Massachusetts/2/2012 (estirpe que integrará a vacina antigripal 2013/2014), refere o documento.

 

O INSA adianta que os resultados obtidos neste relatório “podem ser úteis para a orientação e planeamento de medidas de prevenção e controlo da gripe de forma precisa”.

 

As atividades do Programa Nacional de Vigilância da Gripe são desenvolvidas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e pelo Departamento de Epidemiologia do INSA, em colaboração com a Direção-Geral da Saúde, assegurando a vigilância epidemiológica da gripe em Portugal através da caracterização clínica e laboratorial da doença.

 

A “vigilância epidemiológica da gripe em Portugal” está hoje em debate numa reunião no INSA.

 

Lusa