“No mundo inteiro há raros casos descritos desta transmissão vertical, da mãe para o filho, durante a gravidez e têm nascido bastantes crianças, filhas de mães positivas, que se desenvolvem bem e não contraem a doença”, afirmou Graça Freitas.
A diretora-geral comentava um destes casos, noticiado na sexta-feira, afirmando que a situação está a ser acompanhada, mas que se trata de um caso excecional.
Em causa, está uma notícia avançada na sexta-feira pelo Expresso, que dava conta de um feto de oito meses com covid-19 que morreu no Hospital Amadora-Sintra, em junho, tendo sido infetado pela mãe, que era doente assintomática.
Segundo declarações da diretora do Departamento da Mulher do Amadora-Sintra, Antónia Nazaré, ao semanário, a mãe terá chegado ao hospital com uma ecografia externa em que foi possível verificar que o feto tinha problemas motivados por uma infeção viral.
O feto estaria em agonia e teve, por isso, de se provocar o parto, mas o bebé acabou por não sobreviver, não havendo registo de outras complicações durante a gravidez.
Questionada se este caso poderia motivar uma revisão das orientações sobre a gravidez e o parto, Graça Freitas afirmou que não existe evidência cientifica que o justifique.
“Neste momento, não há nenhuma evidência que nos leve a ponderar a alteração da norma da vigilância da gravidez e depois do recém-nascido, mas estamos atentos ao desenvolvimento cientifico e à investigação que continua a realizar-se”, assegurou.
Segundo as orientações em vigor, no caso de grávidas com covid-19, assintomáticas ou com queixas ligeiras, deve manter-se a sua vigilância habitual.
Portugal regista hoje mais duas mortes e 135 novos casos de infeção por covid-19 em relação a domingo, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).
De acordo com o boletim, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 50.299 casos de infeção confirmados e 1.719 mortes.
Comentários