“É uma coisa muito complexa, não há uma resposta, nem uma data simples. Tem de ser analisado dia-a-dia, dado a dado, medida a medida para percebermos como vai ser a evolução”, disse Graça Freitas, em resposta aos jornalistas, sobre o regresso às aulas para os alunos do secundário.

Esta questão surge após o primeiro-ministro ter apontado, na sexta-feira, o dia 04 de maio como a data limite para um recomeço das aulas presenciais que assegure o cumprimento com normalidade do calendário escolar, designadamente no ensino secundário.

Graça Freitas avançou que “não há uma resposta” em relação à data, “nem como vai ser feito e a que velocidade”.

“Neste momento, um grupo de académicos está a fazer estudos e a ver mais dados e informação para poder responder melhor a estas medidas que nós temos, em que datas é que podemos retirar algumas medidas de contenção social para em segurança voltar à vida mais ou menos normal, mas sem correr o risco de existir um aumento do numero de casos”, disse, frisando que este “equilíbrio difícil requer reflexão e muita ponderação”.

A diretora-geral da Saúde explicou que este grupo de académicos está a fazer o acompanhamento da epidemia através de dados reais, que são refletidos nos relatórios, e a projetar o futuro.

“Vamos acompanhando a introdução das medidas. Cada vez que é introduzida uma medida na nossa sociedade os cientistas veem o impacto dessa introdução na redução da doenças ou na redução da curva”, afirmou, acrescentando que há “muito trabalho para fazer com as projeções destes académicos para perceber em que altura é que será útil começar a introduzir alguma normalidade”.

Pouco antes da conferência de imprensa, foi divulgado o boletim de atualização da Direção-Geral de Saúde que dá conta de 266 mortes, mais 20 do que na véspera (+8,1%), e de 10.524 casos confirmados de infeção, o que representa um aumento de 638 (+6,5%), em relação a quinta-feira.

Portugal está em estado de emergência desde 18 de março e foi esta semana prolongado até 17 de abril.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 60 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, atingindo já 190 países, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.