Graça Ferreira, coordenadora do projeto da Cáritas de Coimbra que angaria padrinhos para aquisição de material e manuais escolares, afirmou hoje que há cada vez mais pedidos de ajuda de famílias.

 

Famílias, "muitas delas beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (RSI), não têm condições para fazer face ao pagamento de 200 ou de 300 euros" na aquisição de material escolar, alertou Graça Ferreira, considerando que o aumento do desemprego e da existência de "casais em que estão os dois desempregados" leva a um incremento de pedidos de ajuda.

 

"Há também cada vez mais famílias, ditas normais, que pedem ajuda", disse à agência Lusa, referindo que há crianças que, no início do ano letivo, não têm o material necessário.

 

Face a essa situação, a Cáritas de Coimbra desenvolve desde 2011 o projeto "Sementes do Saber", que procura padrinhos para pagarem os livros e material escolar de crianças e jovens, entre os 10 e os 18 anos, que se encontrem em situação de carência económica.

 

No início do projeto, foram apoiadas 12 crianças, sendo que em 2014 a Cáritas pretende angariar 45 padrinhos para jovens sinalizados.

 

O valor a ajudar varia dependendo do ciclo em que as crianças se encontram, podendo o apoio situar-se "entre os 200 e os 350 euros", explicou a coordenadora do projeto, frisando que é dada prioridade "às crianças que tenham tido aproveitamento escolar no ano letivo anterior, de forma a que os beneficiários se sintam motivados".

 

Até ao momento, foram encontrados 19 padrinhos, estando o projeto a decorrer entre maio e outubro.

 

Para além da procura de padrinhos, a Cáritas pretende também angariar manuais escolares, tendo reunido até ao momento 178 livros, informou.

 

"Por falta de material escolar, o rendimento das crianças será menor, mas, graças ao projeto, esta situação não acontece tanto como há quatro anos", sublinhou Graça Ferreira.

 

Fernando Pereira, reformado de 73 anos, é padrinho desde 2012, tendo já ajudado três crianças e espera apoiar duas crianças em 2014.

 

"O nosso interesse é ajudar a criança a que ela singre e seja alguém na vida", frisou, considerando que o importante "não é quem ajuda, mas que a criança consiga ter aproveitamento".

 

Uma das jovens que apoiou no ano passado conseguiu acabar o 12.º ano, tendo-lhe contado que, "talvez sem a ajuda, não teria atingido o nível que atingiu", referiu Fernando Pereira.

 

Por Lusa