De acordo com dados recolhidos pela agência Lusa junto das autarquias, um pouco por todo o país há cantinas abertas durante a interrupção letiva, ainda que, em muitos casos, o objetivo não seja apenas dar uma resposta social, mas também fornecer refeições às crianças que participam em atividades de férias.
A Câmara de Lisboa, por exemplo, à exceção de agosto, mantém em funcionamento 89 refeitórios escolares, onde estão a decorrer as atividades das Componentes de Apoio à Família (CAF), com mais de cinco mil crianças.
A medida não visa dar resposta exclusivamente a alunos carenciados, mas a todos os que queiram usufruir deste serviço. Contudo, a autarquia continua a assumir os encargos com as refeições dos alunos com carências socioeconómicas.
Em Odivelas, a autarquia tem abertos 19 refeitórios escolares para servir crianças em Atividades de Tempos Livres (ATL) e em Atividades de Animação e Apoio à Família, enquanto em Loures são quatro as escolas que vão manter abertas as cantinas no verão.
No concelho de Mafra, os refeitórios estão abertos para todas as crianças e jovens, incluindo os carenciados. Todas os inscritos nos programas de ocupação de tempos livres poderão usufruir do serviço. As famílias podem ter uma comparticipação total ou parcial sobre o valor de inscrição, desde que comprovada a carência socioeconómica.
Em Torres Vedras, a Câmara, as juntas de freguesia e algumas associações organizam atividades de ocupação do tempo de férias das crianças e jovens. Nalgumas existe uma redução do preço para alunos carenciados, como, por exemplo, no programa “Tempo de Férias”, que tem tido uma adesão de mais de 200 crianças e jovens por semana. Desta forma, têm acesso a uma refeição equilibrada e a atividades lúdico-pedagógicas.
Também em Alenquer, no âmbito dos programas de Férias Divertidas, é disponibilizado às famílias mais carenciadas um pacote de atividades com refeições incluídas a preços relativamente baixos e que, a partir da próxima interrupção, passarão a ser gratuitas para famílias em situação de dificuldade económica.
No distrito de Setúbal, no período de férias funcionam, no concelho do Barreiro, quatro refeitórios, nas escolas de Telha Nova, Cidade, n.º 6 e Lavradio n.º 1, que garantem um total de 40 refeições.
No Montijo estão a funcionar 12 refeitórios das escolas básicas e mais um de uma escola integrada. A Câmara está preparada para fornecer 4.500 refeições em julho. Já em Palmela estão abertos três refeitórios durante este mês, onde almoçam 28 crianças referenciadas pelos agrupamentos.
No caso de Sesimbra, as 22 escolas do concelho vão manter os refeitórios abertos durante o mês de julho, disponibilizando refeições a cerca de 250 alunos. Em agosto, os refeitórios fecham as portas para descanso do pessoal, mas a autarquia fará a entrega de 300 cabazes com alimentos e outros bens a cerca de 150 famílias mais carenciadas.
No distrito de Santarém, o município de Almeirim vai assegurar almoço aos alunos mais carenciados até 29 de agosto. As refeições serão servidas nos refeitórios das escolas dos Charcos, de Cortiçóis e de Fazendas de Almeirim.
Mais a Norte, no distrito de Porto também há câmaras que optaram por apenas encerrar durante o mês de agosto. No concelho do Porto as cantinas escolares fecham as portas a 31 de julho e reabrem a 01 de setembro. Para obter os almoços no âmbito do apoio social, as famílias só têm de inscrever os seus filhos, mas apenas um universo relativamente reduzido recorre a este auxílio.
Em Matosinhos, estão a funcionar até 31 de julho e depois a partir de 01 de setembro e até ao início das aulas 20 refeitórios, com 230 alunos inscritos (mais do que no ano passado, em que foram 150). Os alunos carenciados almoçam gratuitamente ou pagam o que corresponde ao escalão dos rendimentos.
Este mês estão abertas em Valongo 21 cantinas no âmbito da componente de apoio à família, beneficiando 400 alunos, e no de Santo Tirso 26 cantinas, que servem 1.200 alunos. À semelhança de anos anteriores, a Câmara de Gaia continua a apoiar alunos com refeições durante as férias. Este ano terá um total de 77 cantinas a funcionar ao longo do mês de julho.
No interior do distrito, apenas Amarante tem um serviço de refeições diárias para 93 crianças carenciadas. No Minho, só no concelho de Braga vai funcionar uma cantina escolar, na escola de Maximimos, de forma a suprir carências alimentares, abrangendo cerca de 50 crianças. No distrito de Vila Real, a Câmara de Vila Pouca de Aguiar mantém as cantinas dos dois centros escolares abertas. A iniciativa visa apoiar as famílias com mais dificuldades e, ao mesmo tempo, desenvolver campos de férias e ocupações temporárias para cerca de 600 crianças e jovens.
No Centro, em Coimbra, as crianças carenciadas terão uma refeição garantida – o almoço – durante este mês e ainda em agosto. As refeições gratuitas destinam-se às crianças do primeiro ciclo sinalizadas por comissões sociais. Estas poderão almoçar gratuitamente, em julho, nos 35 refeitórios dos jardins de infância da rede pública e, em agosto, nos 10 jardins de infância em funcionamento.
Em Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, as cantinas permanecem em funcionamento e autarquia disponibiliza também, nas escolas, atividades de tempos livres.
No caso de Viseu, a Câmara assegura refeições escolares a crianças envolvidas em atividades de ocupação do período de férias em seis escolas, estando as cantinas também abertas a situações de crianças carenciadas que surjam.
No distrito de Leiria, na Nazaré, os alunos com necessidades de apoio são seguidos através do ATL do projeto CriATividade, que dinamiza atividades lúdicas e pedagógicas e dá apoio às famílias, mas de forma integrada, não apenas ao nível de refeições.
No Bombarral, a Câmara vai manter aberta a cantina do centro escolar para as férias desportivas e para o Programa DAR (Desporto, Actividade e Refeições), destinado às crianças do primeiro escalão do subsídio escolar, as mais carenciadas. Em média, estão a ser servidas cerca de 40 refeições diárias.
No distrito de Évora vão estar em funcionamento durante as férias de verão pelo menos cinco cantinas escolares - nos concelhos de Estremoz (1), Montemor-o-Novo (1), Redondo (2) e Vendas Novas (1) - para o fornecimento de refeições aos alunos mais carenciados. Com o mesmo intuito, também no distrito de Portalegre os municípios de Alter do Chão, Arronches, Castelo de Vide, Ponte de Sor e Elvas mantêm as cantinas a funcionar nas férias.
No Algarve, no concelho de Faro, encontram-se em funcionamento cinco refeitórios escolares, que abrangem mais de uma dezena de estabelecimentos do primeiro ciclo e pré-escolar, onde são fornecidas refeições a 55 alunos carenciados, um número que representa o dobro dos inscritos no anterior ano letivo (23).
Em Loulé, funcionam seis cantinas, mais quatro do que no ano passado, e em Olhão mantêm-se abertas as cantinas de sete estabelecimentos, que dão também apoio alimentar a alunos carenciados.
Em Vila do Bispo, funcionam na pausa escolar os refeitórios de cinco estabelecimentos, tal como em Lagos, que servirá, até ao final de julho, refeições a onze salas do pré-escolar. Em Vila Real de Santo António, as cantinas do pré-escolar e primeiro ciclo sob gestão do município estiveram em funcionamento até 18 de julho, mas a afluência diminuiu para um quarto dos utentes habituais.
Houve câmaras que justificaram não manter as cantinas abertas durante as férias para dar resposta às crianças mais carenciadas por nunca ter sido sentida essa necessidade. Outras mantêm-se abertas apenas para servir refeições a alunos que frequentam ATL e programas de férias escolares ou por estarem ligadas a jardins de infância.
Por Lusa
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