O presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap), Isidoro Roque, disse hoje à Lusa que estão sempre a chegar à Federação denúncias sobre "a qualidade e quantidade de comida", servida aos alunos do 1.º ciclo.

 

"Há uma tendência para dizer que os miúdos é que não gostam da comida, mas não é bem isso. Temos conhecimento de que os douradinhos passaram a ser o ‘pão nosso de cada dia’", afirmou Isidoro Roque, em declarações à agência Lusa.

 

Segundo o representante dos encarregados de educação, "na maioria das escolas a comida é insuficiente”. “Isto porque as empresas que ganham os concursos de fornecimento das escolas apresentam preços muito baixos para ganhar. Depois, para conseguir servir as crianças, oferecem má comida".

 

Isidoro Roque recordou que a crise económica tem agravado a situação de muitas famílias e tem feito com que cada vez mais crianças tenham apenas comida quando chegam à escola.

 

"Numa época em que se devia aumentar a quantidade de comida oferecida aos miúdos, o que nós vemos é uma diminuição. Há cada vez mais crianças a chegar à escola com fome e, se não comerem na escola, não terão o que comer quando chegarem a casa", alertou o responsável.

 

Apesar de as escolas do 1.º ciclo serem da responsabilidade das autarquias, a Ferlap diz ter enviado hoje uma carta para o Ministério da Educação e Ciência (MEC), pedindo a intervenção do ministro Nuno Crato.

 

Na carta, a Ferlap apresenta uma fotografia de um prato de refeição de um aluno de uma escola do Cacém: a foto "vem confirmar o que temos ouvido e denunciado, ou seja, a alimentação servida aos alunos, não nos parece suficiente para alimentar um aluno, independentemente da idade, que passa a maior parte do dia na Escola", lê-se na carta.

 

A Lusa contactou o ministério mas não obteve qualquer resposta até ao momento.

 

Lusa