As mulheres jovens estão a beber mais vinho, branco e rosé, do que nunca. O site Parents inquiriu mais de 1.600 mães e descobriu o impacto destes hábitos na maternidade. Mais de 80% das inquiridas admitiu que a principal razão para beber é “relaxar e descontrair”.

No entanto, 57% das mães afirmaram beber com o marido ou companheiro, enquanto apenas 8% confessou beber sozinha.

A pesquisa da Parents revela ainda que cerca de 80% das inquiridas tomam, pelo menos, uma bebida alcoólica por semana, enquanto uma em cada três consome quatro ou mais bebidas por semana. A escolha? Vinho, responderam mais de metade das mães, enquanto 22% preferem um cocktail e 18% uma cerveja. Até agora, nada de alarmante. Mas o que acontece quando se abre uma garrafa às 18 horas e isso passa a ser um reflexo automático em vez de uma escolha?

Na pesquisa já citada, cerca de metade das entrevistadas admitiu consumir menos álcool desde que foi mãe; 39% afirmou beber raramente ou nunca e 48% confessou estar a tentar travar o consumo de álcool.

Uma em cada três mulheres acredita que pode estar a beber muito, e 12% receia ter um problema de dependência. A juntar a isto, 52% das mães revelaram beber regularmente junto das crianças e 47% confessaram já terem estado embriagadas ou “tocadas” à frente dos filhos.

Ainda assim, 77% das mães acredita que o seu consumo habitual de álcool não afeta a maneira como exerce a maternidade.

Em 2015, quase 60% de todo o vinho vendido nos EUA foi consumido por mulheres. Um relatório da sociedade de oncologia clínica norte-americana sugere que uma bebida por dia – vinho ou outra – pode elevar o risco de cancro da mama em 4%.

O departamento de Saúde Mental dos EUA defende que as mulheres que bebem correm menos riscos de contrair uma doença ligada ao álcool se consumirem menos de sete bebidas por semana e não mais de quatro em cada ocasião. Aconselha ainda uma mãe que esteja a amamentar a restringir o consumo, limitando-se a duas ou menos bebidas por dia. Quando beber, deve esperar duas horas para alimentar o bebé, aconselha também o colégio norte-americano de Obstetras e Ginecologistas.

Pesquisas publicadas o ano passado pelo Instituto de Estudos do Álcool, organização sem fins lucrativos do Reino Unido, sugere que as crianças estão mais conscientes dos hábitos dos seus pais no que toca ao álcool do que estes gostariam de pensar.

Num estudo sobre consumidores de álcool ligeiros a moderados e os seus filhos, as crianças que tinham visto os pais embriagados, “tocados” ou de ressaca – mesmo que só uma ou duas vezes – eram mais propensos a afirmar que tinham ficado preocupados ou envergonhados pelos pais quando estes bebiam. Por outras palavras, não só as crianças percebem quando os adultos estão alcoolizados, como não gostam que tal aconteça.

“As crianças veem, ouvem e cheiram os sinais do álcool desde cedo”, garantiu ao Parents a diretora do Instituto para as Adições na Califórnia, Stephanie Brown.