Uma gestante com sífilis tem cerca de 60 a 80% de probabilidade de infectar o feto com a doença. Quanto mais recente é a sífilis maternal, maior é a taxa de transmissão para o feto.

Um recém-nascido com Sífilis pode apresentar bolhas na palma das mãos e na planta dos pés e geralmente apresenta um aumento do fígado e do baço. Muitas das crianças com Sífilis Congénita permanecem na fase latente da doença durante toda a vida e nunca apresentam sintomas. No entanto, outras podem apresentar sintomas como úlceras no nariz e no palato. A infeção do cérebro devido à Sífilis não costuma provocar sintomas na infância, mas com o tempo a criança pode apresentar dificuldades na aprendizagem, surdez e cegueira.

Os sinais e sintomas característicos constituem uma base importante para o diagnóstico clínico. O médico assistente confirma o diagnóstico examinando ao microscópio uma amostra da erupção das bolhas ou da mucosidade nasal e solicitando testes serológicos.

A sífilis na gravidez tem cura quando o tratamento é realizado de modo adequado. O VDRL é o exame de sangue que despista a presença de sífilis e deve ser realizado no início do diagnóstico Pré-Natal e repetido no 2º trimestre, mesmo que o resultado seja negativo, pois a doença pode estar na fase latente e é importante que o tratamento seja instituído. Nas gestantes diagnosticadas com sífilis, o exame de VDRL deve ser realizado mensalmente até ao final da gravidez para confirmar a eliminação da bactéria.

A Sífilis Congénita pode ser prevenida através da administração de penicilina injectável à mãe durante a gravidez. O tratamento deve ser indicado pelo obstetra e as injeções de penicilina são normalmente administradas em 1, 2 ou 3 doses, dependendo da fase da doença. No entanto, o tratamento na última etapa de gravidez não reverte totalmente as anomalias que o feto já possa ter sofrido.

É muito importante que a gestante realize o tratamento até o fim para evitar transmitir a sífilis para o feto. Logo após o parto o bebé deve ser avaliado para que, caso seja necessário, faça também o tratamento com penicilina, o mais atempadamente possível.

Por Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica

Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica
Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica

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