Está comprovado cientificamente que todas as mudanças que ocorrem nas fases da gravidez e puerpério interferem no desejo e na líbido, não só da mulher como do casal como um todo.
Por isso tentaremos esclarecer algumas dúvidas bastante recorrentes em casais que presentemente atravessam essas fases.
- "O meu desejo sexual reaparece após o nascimento do bebé?"
Nem sempre. O desejo sexual pode demorar algum tempo a voltar devido à presença da hormona responsável pela produção do leite na mulher, a prolactina, comprovadamente diminuidor do desejo sexual.
Caso o desejo não volte após o retorno da menstruação e o término do resguardo, é aconselhável que procure um especialista.
- "Quanto tempo devemos esperar para voltarmos à atividade sexual?"
O período de resguardo dura aproximadamente 6 a 8 semanas e termina como o retorno da menstruação, podendo, no entanto, variar de mulher para mulher.
Depende também do tipo do parto, normal ou cesariana, da cicatrização da episiotomia (saiba o que é episiotomia aqui) ou dos pontos da cesariana (pode ler sobre os cuidados dos pontos). Geralmente essa cicatrização é equivalente ao tempo do resguardo, que também proporciona uma reestruturação da musculatura pélvica, vagina e útero.
- "É normal a lubrificação vaginal diminuir no pós-parto?"
Sim, pode acontecer. Além da diminuição global do interesse sexual, a prolactina faz com que a líbido diminua, tornando assim a vagina menos lubrificada, o que pode ocasionar dores durante a penetração. Contudo, o sexo não se limita à penetração e deve ser visto num cariz mais amplo, principalmente em períodos delicados como este.
A sexualidade envolve carícias, afeto, diálogo e dedicação, por isso não deve ficar restrito somente à penetração.
- "A vagina fica flácida?"
Pode acontecer. No entanto, os músculos da região são elásticos e têm a propriedade de relaxar e contrair.
Exercícios como os de kegel podem ser aconselhados pelo ginecologista para que a mulher tome consciência do poder de contração e relaxamento desses músculos e volte a fortalecê-los. Todavia, pode acontecer que a vagina não volte 100% ao seu estado anterior.
De facto, não devemos preocupar-nos demasiado com as mudanças pertinentes destes momentos, mas não podemos esquecer-nos destes aspectos a ponto de anularmos a experiência saudável da sexualidade.
Autor: Rodrigo Torres
Traduzido e adaptado à cultura portuguesa pela equipe da Rede Mãe
Fontes bibliográfias:
Silva, A. Sexualidade na Gravidez e após o parto. In: Psiquiatria Clínica, 25, (3), pp. 253-264, 2005. Retrieved from: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/4720/1/SEXUALIDADE%20NA%20GRAVIDEZ.pdf
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Maria, F. Sexualidade Pós-Parto: a outra face da maternidade. (2010) Revista Nursing. Retrived from: http://www.forumenfermagem.org/index.php?option=com_content&view=article&id=3573:sexualidade-pos-parto-a-outra-face-da-maternidade&catid=217:setembro-a-outubro-2010
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