As crianças não são cebolas. Não precisam de estar envolvidas em vinte camadas de roupa para não terem frio. Como é óbvio, também não podem estar de camisola de alças em pleno inverno. Como em tudo, no meio-termo é que está a virtude. Assim, cabe-lhe tomar precauções para que o seu filho não sofra as consequências inerentes aos dias mais frios, nomeadamente constipações, gripes e otites, mas com conta, peso e medida.

E com os nossos truques, pois está claro! Verá que se vão revelar uma ajuda muito preciosa. A par dos cuidados a ter com o que veste ao seu filho, é fundamental hidratá-lo e alimentá-lo convenientemente, preferencialmente com sopas de legumes quentinhas, água, sumos de frutas naturais e chá. Os frutos secos são, segundo muitos especialistas, outros ingredientes a considerar, por serem alimentos calóricos.

Ritual da roupa

Recorda-se daquele dia na praia, aquele dia em que não conseguia arrancar o seu filho da água apesar de já estar cheio de frio? As crianças são assim. Suportam todo o frio do mundo quando estão a brincar. Por isso, há que prepará-las devidamente quando vão para a escola ou passear. Antes de vestir o seu filho, aplique-lhe creme hidratante no corpo e no rosto, uma medida essencial para que a pele não sofra os efeitos das baixas temperaturas.

De seguida e, apesar do exemplo da cebola que demos há pouco ser de um exagero propositado, convém agasalhar o seu filho com duas camadas finas de roupa confortável. É que vestir sempre uma camisola interior de algodão com mangas compridas que se veem por baixo da outra camisola não era uma mania dos nossos avós. Era, sim, um conselho sábio para que o corpo conservasse o calor. Uma técnica mais eficaz do que uma única camisola grossa.

Dias de tempestade

A segunda camada de roupa deve ser composta por uma camisola de decote chegado e cujo material não provoque alergias. As calças devem ser suficientemente largas de modo a que a criança possa vestir collants por baixo se estiver demasiado frio. Por fim, as meias não devem ser demasiado curtas, para que a zona abaixo das calças fique coberta. Deve optar por sapatos confortáveis, resistentes e cujas solas não sejam escorregadias.

As botas à prova de água, se a chuva estiver nas imediações, são outra das hipóteses a que pode recorrer. As galochas, que voltaram a estar na moda nos últimos anos, são uma boa solução para dias de temporal, assim como um impermeável comprido. Se a roupa da criança se molhar, deve ser mudada imediatamente ou logo que possível, para evitar riscos de ficar doente.

Dos pés à cabeça

Sabia que mais de 50 por cento do calor corporal se perde através da cabeça? Um gorro ou chapéu resolvem esse problema e protegem os ouvidos, pelo que não devem ser esquecidos, sobretudo nos dias de temperaturas mais rigorosas. O casaco deve ter uma gola que resguarda o pescoço e ser feito de um material que resista à humidade. Para completar a toilette, umas luvas são o ideal.

Se pensar em fazer férias em família na neve, reforce todas estas medidas, não se esquecendo de aplicar protetor solar com índice 50 ou 60 no rosto da criança, renovando a aplicação periodicamente. A zona junto dos olhos é especialmente sensível, o mesmo acontecendo com os lábios, onde deverá colocar um batom especial para o efeito. Um gesto que muitos pais têm tendência a descurar.

Regras de utilização

Ao contrário do que costuma crer, o vestuário apertado não o conserva mais quente do que peças mais largas. Roupa demasiado apertada interfere na circulação sanguínea e impede o corpo de se aquecer de forma eficiente. No entanto, calças demasiado compridas e largas ou sapatos com atacadores muito longos podem atrapalhar os movimentos da criança, prendendo-a ou fazendo-a tropeçar.

Camisolas com atilhos ou elásticos na zona do pescoço podem ser perigosas, devendo também ser evitadas, sobretudo nas crianças mais pequenas. No caso dos bebés, embrulhá-lhos numa manta é seguro? Clique aqui para ler a resposta. Além dos cuidados com os mais pequenos, tenha também atenção ao que veste. Leia também Roupa que afeta a sua saúde e Moda que prejudica a saúde.

Texto: Teresa d'Ornellas