"Será que o meu bebé ouve bem?" Esta é uma pergunta recorrente. O que é que os pais devem fazer para se certificar da saúde auditiva do bebé?
Para saber se o bebé ouve bem deverá sempre fazer o rastreio antes da saída da maternidade. Sempre que surja alguma dúvida ou sinal durante a infância, a criança deverá ser encaminhada para um médico otorrinolaringologista que prescreverá exames de audição apropriados à idade e desenvolvimento.
Mas os pais devem estar atentos a que sinais?
Sempre que haja algum atraso de aquisição de linguagem; quando as crianças são muito distraídas ou pouco interessadas na interação; têm comportamentos agressivos; quando dizem "hã?" muitas vezes; quando põem a televisão muito alta ou que se aproximam dela; que percebem mal o que se lhes diz, sobretudo num ambiente com ruído como por exemplo o interior de um carro em andamento... Estes são alguns dos sinais a que os pais devem estar atentos.
Os pais devem fazer aos bebés testes auditivos com regularidade?
O que é recomendado é que as crianças façam rastreio ao nascer e o audiograma antes da entrada no primeiro ano da escolaridade. As crianças também devem fazer exames sempre que surjam dúvidas em relação à audição ou imediatamente após algumas doenças graves, como por exemplo as meningites.
De que forma é que a diminuição da audição pode prejudicar o bebé?
A diminuição de audição atrasa a aquisição de competências linguísticas. A comunicação com as restantes pessoas, crianças ou adultos será prejudicada e também a aprendizagem e o progresso académico. A longo prazo pode ainda ter interferências no futuro, nomeadamente na competição por uma profissão bem remunerada. Psicologicamente as sequelas serão variáveis, dependendo do grau de satisfação e de auto-estima da criança e, futuramente, do adulto.
Uma otite na primeira infância pode gerar problemas graves a longo prazo?
Os pais de bebés e crianças com otites de repetição exprimem esta preocupação muito frequentemente. Geralmente as otites tratadas evoluem para a cura, sem sequelas auditivas. Há casos pouco frequentes em que, sobretudo sem tratamento e uma vigilância médica adequada, a otite pode evoluir para uma situação mais complicada, com perfurações do tímpano, lesão dos ossinhos do ouvido médio ou colesteatoma, que é uma situação crónica e que pode manifestar-se com pus recorrente ou constante, cheiro fétido e perda auditiva progressiva. No entanto, a esmagadora maioria das otites da infância não deixa sequelas auditivas porque são bem tratadas.
Quais são os problemas de ouvidos mais comuns?
Na primeira infância, as doenças mais frequentes que podem comprometer a audição são as otites, agudas ou crónicas, que geralmente ao serem tratadas evoluem positivamente, permitindo o reestabelecimento da audição. Na infância é muito frequente encontrarem-se crianças com diminuição da audição (não permanente) por situações mais ou menos arrastadas de "otite serosa" ou otite com derrame e que por vezes não provocam sintomas, tais com dor de ouvidos ou febre.
Que cuidados é que os pais dos bebés devem ter em praias, rios e piscinas?
As crianças sem problemas de ouvidos, que não tenham otites externas de repetição (provocadas por água da piscina ou mar, mais frequentes no verão) e que não têm tubos de ventilação ou otites crónicas, podem tomar banho sem nenhuma proteção dos ouvidos.
As explicações são da médica otorrinolaringologista Luísa Monteiro
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