Todos os bebés nascem com a capacidade natural para aprender e o primeiro semestre será repleto de episódios cruciais para o desenvolvimento.
Para tal, os pais devem proporcionar os estímulos que permitem à criança desenvolver ao máximo as suas potencialidades.
E, para auxiliar os pais nesta que será a maior aventura das suas vidas, a saber viver falou com as autoras de «Seis meses para toda a vida» (A Esfera dos Livros) e reuniu para si os principais elementos que farão parte do período inicial da vida do seu filho. Um livro da autoria de Elisabeth Fodor, especialista em pedagogia da primeira infância; de María del Carmen Garcia-Castellón, optometrista e de Montserrat Morán, especialista em educação especial.
Ritual de boas-vindas
No momento do nascimento, o bebé experimenta a maior alteração da sua vida. Passa de um meio aquoso, onde todas as suas necessidades são satisfeitas, para um meio estranho e frio onde pela primeira vez vai sentir fome e sede e será incomodado por luzes e ruídos.
Para se sentir seguro, ele necessita de estabelecer contacto com a mãe e, nesta fase, o melhor meio de comunicação faz-se através da pele. Assim, logo após o nascimento, o bebé é colocado ainda nu sobre o peito despido da mãe.
De imediato, ele reconhece o seu cheiro e ao escutar os seus batimentos cardíacos recordará o lugar onde esteve até há poucos minutos e sentir-se-à mais tranquilo.
O sono
O recém-nascido passa a maior parte do tempo a dormir e é preciso assegurar-lhe um sono tranquilo e descansado. Só assim ele poderá manter-se alegre e tranquilo e mais desperto para os estímulos que o ajudam a desenvolver-se.
«Durante o dia o bebé poderá dormir a sesta no seu quarto e à noite, até aos seis meses para maior comodidade da mãe, poderá ficar no berço ao lado da cama dos pais», aconselham as autoras. Ao aproximar-se a hora de ir para a cama diminua os estímulos, proporcionando um ambiente sereno e siga uma rotina diária.
«É provável que os ciclos de sono não se estabilizem até aos três meses e que aumentem à medida que o bebé amadurece. Ao quarto mês, a maioria dos bebés dorme cinco horas sem interrupções», referem as especialistas.
O choro
«O choro é uma forma de comunicação de importância vital, sendo o elemento que assegura a sobrevivência do bebé», referem as autoras que, contra algumas crenças populares, defendem ser fundamental atender sempre ao choro do bebé.
«Não podemos abandoná-lo quando ainda chora, pois ele está a indicar-nos que precisa de algo e essa é a sua forma de comunicar», garantem as especialistas.
«Deixe a educação para mais tarde e não se preocupe. O bebé não irá chorar eternamente», acrescentam, referindo ainda que «ao terceiro dia de vida as mães sabem distinguir o choro do seu bebé do de outros e ao primeiro mês de vida, a maioria sabe dizer se o choro significa fome, sede, frio, calor, fralda molhada, dor ou aborrecimento (as principais causas do choro dos bebés)».
A chucha
Se a criança chora e não sabe porquê, convém dar-lhe a chucha: «Nós recomendamos a sua utilização», referem as autoras justificando que chuchar é um reflexo inato. Ainda durante a gestação o feto leva o dedo à boca e chucha. Ele está a treinar os movimentos necessários à lactação e assim a assegurar a sua sobrevivência.
O primeiro ano de vida coincide com a fase oral e se o bebé não tem chupeta utilizará os dedos para se acalmar. «As desvantagens de utilizar a chupeta têm a ver sobretudo com o desenvolvimento dos dentes e da mastigação, mas se o bebé a abandonar até ao terceiro ano não haverá problema. Além do mais, no futuro será mais fácil abandonar a chupeta do que os dedos», acrescentam.
O poder das massagens
Quando uma criança ainda está na incubadora, os pediatras aconselham os pais não só a ir vê-la mas também a tocá-la e a acariciá-la. Está provado que as crianças desenvolvem-se melhor e ganham peso mais depressa. Já em casa as massagens e as carícias aumentam as defesas do organismo e criam uma boa qualidade da relação afetiva entre mãe e filho.
Devem ser realizadas uma vez por dia, ao longo de todo o corpo e o pai também pode participar. «Será um momento de grande prazer e divertimento para ambos e uma forma de estabelecer um comunicação muito especial», referem as autoras.
A importância da brincadeira
O jogo é um dos pontos mais desenvolvidos em «Seis meses para toda a vida», pois, segundo as autoras, são as brincadeiras com os pais que permitem o desenvolvimento saudável do bebé, física e emocionalmente. «Entre outras vantagens as crianças que aprendem a brincar adequadamente têm bom apetite, estão ativas nos períodos de vigília e adormecem tranquilas».
«Além disso, gozam de bom humor e choram menos, desenvolvem a linguagem mais rapidamente e tornam-se mais recetivas à aprendizagem, podendo desenvolver a sua inteligência e as suas capacidades», concluem as especialistas.
Texto: Vanda Oliveira com Elizabeth Fodor (especialista em pedagogia e primeira infância) e Monserrat Morán (especialista em educação especial)
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