Este regresso a Portugal é definitivo?
Na minha vida nada é definitivo, pelo menos não tem sido até agora. Já deixei a minha casa em Madrid e vou estar mais presente em Portugal nos próximos meses. Mas, na verdade, nunca tinha deixado Portugal: estava tão perto que conseguia conciliar o que fazia em Madrid com o trabalho aqui.
O que a faz regressar?
Foi uma decisão que tomei depois de três anos em Madrid e dois anos de curso (de teatro), quando ainda me faltam dois para acabar. Quero estar mais ativa profissionalmente e estava a ser um bocadinho difícil conciliar a carga horária. Teria que optar entre deixar o trabalho nos próximos dois anos ou deixar o curso e tentar no tempo livre que tiver fazer outro tipo de formação.
Surgiram-lhe oportunidades de trabalho em Espanha?
Se tivessem surgido estaria trabalhar, daí a opção de estar aqui. Fiz uma série em Barcelona e os contactos com os agentes em Espanha continuam.
Sente-se desiludida por ter apostado em Espanha?
Não, de todo. Durante os dois primeiros anos não tentei sequer trabalhar. Estava dedicada 100 por cento aos estudos porque era esse o meu objetivo inicial.
O seu regresso também teve a ver com um acréscimo de trabalho em Portugal?
Também. Estava a ser difícil conciliar as duas coisas.
Continua exclusiva da SIC?
Não tenho contrato de exclusividade com a SIC há muito tempo e não tenho vínculo com nenhuma estação neste momento. Acabei de fazer um projeto com a RTP e neste momento estou a fazer uma participação especial na nova novela da SIC, "Rosa Fogo".
Vai ser uma participação bastante curta de apenas dois episódios...
É verdade! Mas estou bastante entusiasmada por trabalhar com esta equipa. Já tinha trabalhado com a SP Televisão, também conheço muitos dos colegas que fazem parte do elenco, e está a ser uma experiência muito engraçada. Consegui fazer, pela primeira vez, de morta (risos).
Tem mais projetos para breve?
Em outubro tenho agendada uma longa-metragem sobre a qual ainda não posso falar.
Gostaria de ficar mais ligada ao cinema ou à televisão?
Não tenho ideias pré-definidas quanto ao futuro. Gostava de fazer teatro. Em televisão, neste momento, será difícil envolver-me num projeto que seja muito longo porque tenho algumas coisas agendadas e porque quero experimentar o teatro e fazer outras coisas. Neste momento, quero muito trabalhar.
Há algum papel que gostasse de fazer em teatro?
É difícil dizer. Dos clássicos aos contemporâneos, há papéis extraordinários para mulheres. Depende do projeto em si. Seria extraordinário fazer desde "Lady McBeth" à "Gata em Telhado de Zinco Quente".
O que a atrai no teatro?
Atrai-me sobretudo explorar uma nova forma de linguagem. Tem uma forma de expressão muito diferente do cinema, é muito mais físico, há um contacto com o público e uma presença e uma exposição muito diferentes. Estou em crer que as emoções que se sentem em palco são diferentes das que se sentem frente a uma câmara e o que quero mesmo é descobrir essa diferença.
A família está, com certeza, satisfeita por a ter mais perto?
A família está satisfeita e eu também estou. Estava de facto com saudades de passar cá mais tempo. Madrid é uma cidade fabulosa mas não é a minha cidade e sabia isso desde o primeiro dia em que lá aterrei. Também foram essas saudades que me fizeram querer voltar.
O amor também terá pesado nesse regresso?
(risos) Não vou falar sobre esse assunto, desculpem...
De Madrid, vai sentir falta de quê?
Dos amigos e da energia da cidade. Madrid é uma cidade muito engraçada, tem muita energia, passados três anos é capaz de cansar quem não é de lá (risos). As pessoas vivem constantemente em movimento, na rua, o que torna a experiência de viver lá muito intensa. Há sempre alguma coisa para ver e para fazer e sei que vou sentir falta disso.
Vai ter férias?
Vou ter um mês de férias mas sinceramente ainda não sei para onde vou. Será para o estrangeiro.