
“Sou a tua maior fã e tenho muito orgulho em ti”, é assim que começa uma conversa intimista e honesta entre Beyoncé e Solange Knowles publicada na última edição da revista Interview. Após aceitar o desafio de entrevistar Solange, uma das primeiras perguntas a serem feitas por Beyoncé remontam à infância, questionando os planos que a irmã tinha para o seu futuro.
“Eu sempre soube o que queria ser. […] Também me lembro de ser muito nova e ter esta voz dentro de mim que me dizia para confiar no meu instinto, que sempre foi algo muito forte na minha vida”, explicou Solange que segura as rédeas da sua vida profissional ao acumular as funções de compositora, produtora e coreógrafa.
Questionada sobre a sua fonte de inspiração, Solange é perentória. “Em primeiro lugar, tive muita prática. E crescer numa casa com uma master class como tu não me fez mal nenhum.” Para o membro mais jovem do clã Knowles, a inspiração é algo muito variável referindo que o seu último trabalho, inspirado não só nas suas experiências pessoais como das pessoas que a rodeiam, foi bastante terapêutico.
“Tudo começou com o facto querer desvendar algumas verdades e mentiras. Havia determinadas coisas que, há algum tempo, estavam a pesar dentro de mim. Por isso fechei-me, de forma a poder ultrapassar algumas coisas e poder ser uma Solange melhor, uma mãe melhor para o Julez, ser uma esposa melhor, uma amiga e irmã melhor.”
Ao longo da entrevista a troca de elogios é constante, com Beyoncé a revelar que sempre acreditou no talento e capacidades da irmã. "Lembro-me de pensar 'A minha irmã mais nova vai ser alguém muito especial'."
Ainda sobre o seu último trabalho, Solange explica que o álbum foi produzido com o intuito de “retratar a transição” e "mostrar a vulnerabilidade” porque estava a passar na altura em que se separou do pai do seu filho mas também para acabar com alguns estereótipos relativamente às mulheres negras.
“Foi intencional que eu cantasse as músicas como uma mulher serena, uma mulher que pudesse ter este tipo de conversa sem gritar, porque sinto que quando as mulheres negras tentam conversar sobre relações, não somos retratadas como mulheres que consigam manter o controlo da situação, emocionalmente intactas ou capazes de ter conversas difíceis sem perder o controlo”, constatou.
Solange, que se define como uma ‘womanist’, diz que Beyoncé e a mãe são dois grandes exemplos daquilo que significa ser uma mulher forte. Mas como será que foi crescer com Beyoncé como irmã mais velha?
“Fizeste um trabalho incrível. Foste a irmã mais paciente, carinhosa e incrível de sempre", concluiu.
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