A história parecia simples. Em 1972, o actor britânico Sean Connery emprestou 4 milhões de dólares ao empresário franco-suíço Jean-René, para que este pudesse concluir um grande investimento imobiliário na Riviera Francesa. Como garantia do empréstimo, Sean recebeu um lote de diamantes e títulos de propriedade com o dobro do valor.
Sean Connery e Jean-René, que haviam sido apresentados pela mulher francesa do actor, Micheline, eram então grandes amigos. Tudo se complicou, porém, quando um dia se zangaram e Sean decidiu desfazer-se dos bens que recebera como garantia. Os ex-compinchas nunca mais se falaram, embora Jean-René tenha, alegadamente, continuado a pagar as prestações do empréstimo.
Agora, depois da morte de Jean-René, em 2002, o filho do empresário pretende que Sean Connery restitua à família os lucros astronómicos que terá obtido com a venda dos diamantes e propriedades. "Esses bens não pertenciam ao Sr. Connery para que ele pudesse vendê-los", afirmou Ricky Galliano, porta-voz da família. "O empréstimo estava a ser pago, pelo que ele não tinha razões para se ver livre das garantias".
A família de Jean-René exige ao ex-James Bond, hoje com 78 anos, o valor das garantias (cerca de 8 milhões de euros à data do empréstimo, ou seja, 45 milhões de euros nos dias de hoje). O filho do empresário reclama ainda os proventos obtidos por Connery nas transacções, algumas das quais terão rendido lucros da ordem dos mil por cento O caso foi aceite pelos tribunais suíços, que já ouviram o actor em declarações formais.
Sean Connery, que vive no paraíso fiscal das Bahamas, é esperado no Palácio da Justiça de Genebra (Suiça), na próxima semana, para responder no processo que lhe foi instaurado pela família de Jean-René. Mas um porta-voz do actor declarou que "nem Sir Sean nem ninguém do seu círculo recebeu ainda qualquer citação judicial".
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