"HOJE LEVANTEI-ME muito cedo, como sempre, e longe de imaginar que em poucas horas me morreria um amigo": foi desta forma que Rodrigo Guedes de Carvalho começou por lamentar o falecimento de alguém que lhe era próximo, através de uma homenagem na sua página de Facebook.

"Nunca imaginei o nome que lá vinha. Um amigo de infância e adolescência é um irmão que a gente transporta para sempre", recorda com carinho.

"Mete-se pelo meio a vida, mais as suas obrigações e distâncias, ou simples cansaços que nos dizem para adiar aquele almoço combinado. Mas os irmãos nem precisam disso. Os irmãos encheram tanto o copo na infância, que temos para esbanjar memórias que suportam ausência, memórias tão vívidas como ossos que rangem a crescer", reflete.

"Temos hoje 57 anos e há linguagens que só nós sabíamos, palavras e caretas, parvas e imortais como dedadas numa janela tocada pelo vapor da chuva. Ainda ontem (ontem mesmo, caramba, como é possível) ainda ontem fiz uma longa viagem de carro sozinho, e levei para ouvir os discos que fizeram de mim quem sou, para bem e mal, e que descobrimos juntos", continua.

"Não entendo ainda, meu querido Nuno Raposo de Magalhães Ortigão de Oliveira, que tenhas partido assim, porque me levas, sem autorização, este pedaço grande de nós meninos a imaginar o que seria sermos grandes. Acho que em grande parte é isto, ser adulto que não quero ser, tão farto de forrar toda a vida o coração para tentar suportar as perdas. Não é hoje que consigo, nem sei quando ou se. Foste andando, eu hei de aparecer. Obrigado pelo amor da nossa amizade. Não há outra palavra", completa.

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