"Um desrespeito com as instituições religiosas". Esse foi o argumento que incentivou o juiz Oswaldo Henrique Freixinho, de um tribunal do Rio de Janeiro, a mandar suspender a distribuição da revista "Playboy" no Brasil, que tem na capa a actriz Carol Castro.
O padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, do estado de Goiás, região centro do Brasil, não gostou de ver a foto de Carol Castro quase nua a segurar num terço. A ele, juntou-se o Instituto Juventude Pela Vida, uma organização católica. Eles uniram-se na queixa e venceram a acção judicial movida contra a editora Abril, responsável pela "Playboy" brasileira.
Na decisão, publicada pelo juiz no site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Freixinho diz "Defiro, parcialmente, a tutela antecipada, para determinar à ré (Editora Abril) abstenha-se de distribuir novas revistas com a foto impugnada, sob pena de multa diária de mil reais".
Além da proibição de novas tiragens, a revista não pode lançar edições comemorativas com as fotografias em causa. O juiz estende ainda a sua decisão para futuras edições, afirmando que a revista se deve abster de usar novos elementos religiosos na produção das suas sessões fotográficas.
A actriz Carol Castro manifestou-se imediatamente sobre a polémica. "Já pedi desculpas se ofendi alguém. Óbvio que não era a minha intenção magoar ou desrespeitar ninguém!", escreveu ela no seu site pessoal.
Ela também justificou a sua aceitação pelo convite: "A foto fazia parte do contexto do ensaio Mulheres de Jorge Amado. Elas sempre foram sensuais e religiosas. E na tal foto, tratava-se de Dona Flor, viúva, sofrendo pela morte de Vadinho, rezando sua falta", disse ela.
No Brasil, quem não conseguiu comprar a edição especial do 33º aniversário da "Playboy" com a polémica Carol Castro, vai ter de pedir emprestado a alguém. Pelo menos, enquanto isso não for proibido...
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