Este talento para representar começou há quantos anos?
Começou na Escola Profissional de Teatro de Cascais, dirigida pelo Carlos Avilez que também é o director do teatro. A televisão começou nos "Morangos com Açúcar", há quatro anos.
Os "Morangos" deram-lhe a visibilidade necessária para começar a fazer outras coisas?
É uma visibilidade muito forte, mas sobretudo jovem, e, apesar de já ter feito inúmeras personagens em novelas, as pessoas ainda me reconhecem na rua como o actor dos "Morangos com Açúcar". É uma marca que dura até hoje.
Importa-se com isso?
De forma nenhuma. São tudo aprendizagens e desafios.
Mas contracenar com Eunice Muñoz, aos 25 anos, deve ser o maior desafio de todos!
Foi obra. Tudo isto é o resultado do meu trabalho na Escola Profissional de Teatro de Cascais, trabalhei bastante com o Carlos Avilez... e o teatro que fiz também me possibilitou estar aqui hoje.
Foi o Carlos Avilez que o convidou?
Quando ele me ligou fiquei felicíssimo e muito expectante.
Já experimentou o cinema?
Fiz algumas coisas mais pequenas, entre elas, uma participação numa longa-metragem do Alberto Seixas Santos, que vai estrear em breve. Tenho pena que o cinema português seja uma indústria tão pequena.
O mais apaixonante no teatro é a proximidade com o público?
Sentir o público tão próximo é muito motivador.
Vai todos os dias bem-disposto?
Sim. E mesmo quando tenho algum problema pessoal, assim que entro em cena passa logo.
Que outras coisas lhe dão prazer para além do teatro.
Adoro viajar. Mas não viajo tanto como gostaria, umas vezes por falta de tempo, outras por indisponibilidade financeira. Também gosto de ler e de ver filmes em casa.
Mora com a sua namorada, a actriz Joana de Verona que contracenou consigo nos "Morangos com Açúcar"?
Sim. Desde os 21 anos que sou independente. Mas temos de fazer uma grande ginástica para conseguirmos pagar as nossas contas, com os cachets dos nossos trabalhos no teatro e no cinema.
A crise está a afectar o vosso trabalho?
Está. O TEC, por exemplo, é financiado pelo Ministério da Cultura. Se acabarem os subsídios não sei como vai ser. Tem de se arranjar outras formas de financiamento.
O que o faz rir?
O humor negro.
O que o comove?
A estupidez comove-me muito.
Se pudesse mudar alguma coisa em si o que mudava?
Mudava a minha teimosia.
É o seu maior defeito?
Também é uma qualidade, porque sou muito persistente.
Como se diverte quando está com os seus amigos?
A jogar monopólio.
Gosta de estar em casa?
Sim. Prefiro divertir-me em casa.
Cozinha para os seus amigos?
De vez em quando. Quase sempre invento receitas, mas também sigo algumas à risca. Quando me vejo atrapalhado, ligo à minha mãe para ela me dar dicas.
Quais são os seus projectos para a vida? O que gostaria de ver concretizado?
Gostava de fazer muitas coisas relacionadas com este meio, nomeadamente estudar.
Fora do país?
Sim, porque não? Não me sinto preso a esta coisa do actor que tem de ficar à espera que haja coisas para fazer. Os actores estão tão dependentes daquilo que lhes dão...
Acha que a sua geração está mesmo à rasca?
A minha geração devia estar a desenrascar-se. Acho que temos de conseguir as coisas por nós.
Essa é uma atitude positiva. Vê a vida com optimismo?
Vejo. Pelo menos tento, mas nem sempre é fácil.
Um sonho de consumo?
Uma avioneta ou um barco.
Gosta de sentir a adrenalina?
Não, gosto é de coisas que me deixem ir para o outro lado.
É vaidoso?
Sou, relativamente.
Que peça de vestuário tem em maior número no seu guarda-roupa?
Não tenho guarda-roupa. Fui ao Ikea comprar umas prateleiras e guardo lá a roupa.
Trata da casa?
Sim. Agora estou numa casa nova e ainda tenho tudo em caixas, porque não tenho tempo para arrumar as coisas. Mas gosto de cuidar da minha casa.
É organizado? Sabe sempre onde tem as coisas?
Infelizmente sou só relativamente organizado. Por isso é que nem sempre sei onde tenho as coisas.
O que lê?
Leio coisas relacionadas com o teatro e livros de pessoas que me despertem alguma curiosidade.
E o que vê?
Vejo cinema, televisão e futebol.
E torce por quem?
Pelo Benfica.
Quando vai ao teatro vai ter com os seus colegas aos camarins dizer-lhes o que achou?
Quando os conheço vou, quase sempre. Também gosto que me digam se gostaram do meu trabalho.
Está satisfeito com a vida?
Estou. Sinto-me bem na minha pele.
E se lhe pedisse para me dizer o que é a felicidade?
Não sei responder.
Há quem diga que a felicidade é feita de momentos...
Acho que a felicidade deve ser constante e normal. Porque se particularizarmos só momentos de felicidade, tudo o resto é infelicidade.
Pedro Caeiro
Este artigo tem mais de 13 anos
Entrevista com Pedro Caeiro O actor, que se estreou na televisão há quatro anos, teve a oportunidade de mostrar o seu talento ao lado da consagradíssima Eunice Munoz na peça de Tenesse Williams, "O Comboio da Madrugada", que esteve em exibição, no Teatro Experimental de Cascais, até dia 30 de Abril.
Pedro Caeiro surpreendeu enquanto anjo da morte, depois de ter sido Rui Sousa na série juvenil "Morangos com Açúcar". Para além disso, o actor já integrou o elenco de outras telenovelas, como: "Fascínios", "Flor do Mar" e "Destino Imortal" e deu voz a filmes de animação. Conheça melhor este promissor actor, que ainda vai dar muito que falar...
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