O pai de Avicii falou pela primeira vez sobre a morte do filho, que se suicidou em Mascate, em Omã, no dia 20 de abril de 2018. Em entrevista ao canal de televisão CNN, Klas Bergling afirmou que o DJ sueco era viciado em drogas e em álcool e sofria de perturbações de ansiedade e que a decisão de pôr termo à vida, cortando os pulsos com os vidros de uma garrafa de vinho partida, terá sido um ato de desespero momentâneo.

"A nossa teoria é que ele não planeou este suicídio. Penso que foi mais um acidente de percurso. Aconteceram muitas coisas que o descontrolaram", acredita Klas Bergling. "Quando ele estava numa fase má, ligava-me sempre. Nós falávamos muito das reflexões que ele fazia acerca da vida, da meditação e do amor", acrescenta ainda o herdeiro de Tim Bergling, o nome de batismo do DJ, que faria 30 anos em setembro.

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"Ele estava feliz [nos dias que precederam a sua morte] mas, se [as pessoas] estiverem muito felizes ou extremamente felizes, não estarão muito longe de ficar infelizes. Há pequenas coisas que [de um momento para o outro] nos podem deixar tristes ou afetar o nosso equilíbrio e eu acho que foi isso que aconteceu", acredita Klas Bergling. "Um DJ ou um artista tem de fazer muitas coisas que não lhe apetece nada fazer e isso acaba por lhes roubar uma parte do que eles são", critica o pai de Avicii, que pode ser ouvido em "Tim", o álbum póstumo que a editora Universal acaba de lançar com as últimas composições do produtor musical.

As vendas revertem a favor da Tim Bergling Foundation, a fundação que a família do DJ criou para apoiar pessoas com perturbações mentais e para desenvolver campanhas de prevenção do suicídio. Uma das canções que integram o disco é "Heaven", uma canção que Avicii compôs com Chris Martin, vocalista dos Coldplay. O vídeo, realizado por Levan Tsikurishvili, mostra imagens inéditas do DJ em Madagáscar em 2014.