Carolina Deslandes partilhou um desabafo nas stories da sua página de Instagram, esta quarta-feira, dia 26 de abril, onde recorda o avô. "Faz oito anos que morreu".

"Muitos de vocês, se calhar, não me seguiam há oito anos... Tinha o cabelo preto e verde, uma argola em cada narina, cantava em discotecas e tinha esta sensação constante de não pertencer a lado nenhum. Venho de uma família onde não há um único artista, toda a gente é advogada, jurista... E eu sou a única pessoa assim, que saiu completamente fora da caixa. E enquanto estamos a crescer, não percebemos o que é que é fixe de estar fora da caixa porque queremos é pertencer e ser amados", começou por recordar.

"Há oito anos não era mãe. Sonhava ser mãe desde pequenina, mas não era nem estava nos meus planos próximos. Foi assim que me despedi do meu avô, com uma outra vida, uma outra pessoa", disse.

"O meu avô faleceu no dia 26 de abril à uma da manhã e eu tive um concerto no dia 25. Foi o primeiro concerto que fiz em nome próprio na minha vida em que as pessoas chamaram pelo meu nome antes de entrar em palco. Lembro-me de ser uma coisa nova para mim e de ficar, 'oh Meu Deus'. Quis cancelar esse concerto. Estávamos em casa da minha avó há cinco dias porque o meu avô tinha piorado muito, e a minha avó insistiu muito para não cancelar. Acabei por fazer o concerto", contou.

Carolina Deslandes confessou que "durante muito tempo culpou-se por ter feito o concerto e por ter deixado que o trabalho passasse à frente da família".

"Agora, com quase 32 anos e três filhos, fico a pensar se isso não foi uma forma de o meu avô deixar este mundo mais descansado comigo, com o meu futuro. Essa chamada do público pode ter sido um pronúncio daquilo que podia estar para acontecer na minha vida e do quanto a minha vida ia mudar para melhor. Acho que é esta a coisa bonita da fé. A fé desenha flores onde quer que seja se nós quisermos", partilhou.

Antes de terminar, Carolina Deslandes acrescentou que no dia da morte do avô fica sempre "um bocado introspetiva". "O luto tem esta coisa. Quanto mais tempo passa, parece que as coisas nos estão a escapar. O cheiro da pessoa está-nos a escapar, a voz", desabafou ainda. "O luto é um processo muito solitário e penoso", completou.

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