
"Foi uma noite que vai ficar para a história, fez-me mudar um bocado a perspectiva de tudo". Foi com estas palavras que Nuno Rogeiro começou por recordar o dia em que o filho, António, foi brutalmente atropelado, no início do ano.
Um momento difícil que foi agora recordado em conversa com Cristina Ferreira, n'O Programa da Cristina', da SIC. "Teres uma pessoa que é tudo para ti e de repente desaparece ou corre o risco de desaparecer... E depois o sentido que temos de injustiça disto tudo, embora, obviamente, deve de haver uma justiça por trás, mas há uma injustiça nisto tudo", acrescentou.
De seguida, o comentador político da SIC destaca que o filho "está, felizmente, quase recuperado". "Ontem vimo-lo pela primeira vez sem muletas nos dois pés, mas ainda tem um longo período de recuperação, ainda vai ter de andar de muletas durante algum tempo", explicou.
A conversa continuou com Nuno Rogeiro a lembrar detalhadamente a noite do acidente. "Estávamos à espera do António para jantar. [...] A Daniela [mulher de Nuno] e a minha filha viram uma grande confusão. [...] Viram uma pessoa ao longe no chão, inanimada. Voltaram para casa e disseram que era uma coisa horrível, porque a pessoa não se mexia e pensaram: ‘coitado, está morto’", relatou, explicando que a pessoa que ambas viram deitada no chão era António.
"A primeira pessoa a vê-lo foi a Daniela, ainda ele estava a ser cosido", contou, referindo-se ao momento em que chegaram ao hospital após terem recebido uma chamada a dar conta do atropelamento.
"Ficou com a cabeça feita num bolo, [...] perdeu um litro de sangue, estava com as duas pernas fraturadas, uma mão fraturada...", refere. "Eu vi-o meia hora depois", acrescentou, deixando um agradecimento especial ao Hospital de Santa Maria, de Lisboa.
"Ele só não continuou no Hospital de Santa Maria porque tinha de ser operado de urgência à perna para não ficar deficiente para toda a vida e não havia possibilidade de o operarem de imediato no hospital. Nós em 24 horas tivemos de decidir para onde levá-lo para ele não ficar com aquelas sequelas", detalhou, contando que na altura esteve em cima da mesa a possibilidade de António não voltar a andar.
Nuno afirma que mesmo estando a passar por aquele momento difícil, o filho manteve-se otimista. "Ele é um rapaz de grande coragem e parecia que ele é que nos tentava confortar-nos", disse.
Mais à frente, Nuno Rogeiro fez questão de dizer: "Gostava de ter sido eu a ser atropelado em vez do António. Tive pena de não ter sido eu. [...] Não me parecia justo na altura que um miúdo de 25 anos, que está a começar a vida, acabasse de repente assim".
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