Como surgiu a oportunidade de integrar o elenco de "Rebelde Way"?
Fui convidado para fazer um casting quase uma semana depois de ter saído do palácio do concurso "Família Superstar". No primeiro dia, existiam provas de todo o género: representação, canto e dança. Entrei numa sala onde a única pessoa que nunca tinha feito uma novela era mesmo eu. Nem queria acreditar, não estava em mim, perguntava-me ‘O que é que eu estou aqui a fazer?'. Desde ex-protagonistas dos ‘Morangos com Açúcar' a actores de várias séries e novelas da SIC. E eu só pensava: ‘Se me telefonaram foi por alguma razão'. Fiz as provas e fui eu o sortudo...
Não tem nenhuma formação em representação. Acha que tem um talento natural para ser actor?
Deixo ao critério de cada um. É uma pergunta que coloco a mim mesmo de cada vez que me preparo para uma cena. Estou apaixonado por esta profissão, quero formar-me. O que me faz ter vontade de o fazer, para além da paixão, são os conselhos e as críticas positivas que recebo e que vêm de pessoas como José Raposo, Marco Medeiros, Tiago Barroso, Rodrigo Saraiva, Bruno Rossi, entre outros.
Gostou da ideia de juntar a representação com a música, através da banda "RBL"?
Adorei. Desde o início do projecto, essa é a fase mais esperada por mim. Neste momento está a começar a avançar a toda a força: a banda já tem oito temas prontos, vamos entrar em estúdio para concluir o álbum e já actuámos ao vivo pela primeira vez, em Sobral de Monte Agraço. É que, na história da novela, a banda actua pela primeira vez num concerto a sério, e o cineteatro de Sobral esteve de portas abertas ao público. Não tivemos uma cadeira vaga e instalou-se a loucura, para nossa felicidade! Até pessoas do Porto foram assistir!
É reconhecido na rua?
Sim, sempre.
Que reacções tem tido ao seu desempenho em "Rebelde Way"?
As críticas têm sido surpreendentemente boas! As pessoas adoram o Manuel. Emociono-me sempre que uma mãe vem ter comigo, dizendo que tem um filho e que ele deseja um dia ser como o Manuel. Ou mesmo quando um jovem está à minha frente com vergonha, e me diz, como tem acontecido ultimamente, ‘Manel, eu quero ser como tu'. Fico sem palavras. Sinto uma grande responsabilidade ao perceber quão importantes e influentes somos nós para os jovens.
Na novela, o Manuel é um personagem que não tem medo de nada. Como é o Nelson?
Tenho vários medos, assim como toda a gente. Temo, principalmente, perder as pessoas que amo.
Em que pontos a sua personagem mais se assemelha a si?
No sentido de justiça, na dedicação que demonstra às pessoas que realmente ama e na verdade das coisas.
Foi um adolescente rebelde?
Muito rebelde...
Qual foi a maior maluqueira da sua adolescência?
Em todos os Carnavais, até me tornar adolescente, eu e os meus amigos encontrávamo-nos na estação dos barcos da Trafaria, para atirar balões de água a pessoas que saíam dos barcos. Éramos entre 30 e 40 jovens rebeldes...