Filomena Vieira, mãe de Angélico, não aceita que o filho seja dado como culpado do acidente de viação que vitimou o jovem cantor e um amigo, Hélio Filipe, na A1, em junho de 2011.

Esta posição foi repetida ontem no Tribunal Cível de Aveiro, na audiência preliminar do julgamento de uma ação movida pelos pais de Hélio contra os herdeiros de Angélico, na qual reclamam uma indemnização de 236 mil euros.

Os pais de Hélio Filipe alegam que o seu filho morreu devido “à extrema violência do embate do veículo que o cantor conduzia e à velocidade em que seguia”.

Filomena Vieira sustenta que o acidente se ficou a dever ao “mau estado” dos pneus do BMW sinistrado e responsabiliza, por isso, o dono do stand  Impocar, que teria “emprestado” o automóvel a Angélico.

O dono do stand, Augusto Fernandes, rejeita esta tese. Diz que o acidente foi provocado por “excesso de velocidade” e alega que o BMW já não era dele, porque Angélico já o tinha comprado.

Como prova desta última afirmação, Augusto Fernandes anexou ao processo uma cópia do contrato de compra e venda do tal BMW 635, mas a mãe de Angélico afirma que o documento é inválido porque a assinatura do filho foi “falsificada”.

Confrontada com esta última divergência, a juíza encarregue do processo decidiu que quer ver esclarecido o assunto da “compra e venda” antes de qualquer outra diligência.

 

O Tribunal fica à espera do resultado de um exame pericial aos documentos, para averiguar se a assinatura de Angélico foi ou não “falsificada”, e logo que chegue o parecer marcará uma data para o início do julgamento.

Recorde-se que Angélico faleceu no Hospital de Santo António, no Porto, poucos dias após o acidente, que ocorreu na autoestrada Porto-Lisboa, zona de Estarreja, na madrugada de 25 de junho de 2011.

Hélio Filipe, que viajava ao lado do cantor, também faleceu, tendo outros dois ocupantes, Armanda Leite e Hugo Pinto, ficado gravemente feridos.

As autoridades policiais concluíram que o BMW se despistou na sequência do rebentamento de um pneu, no momento em que o automóvel rodava a uma velocidade entre 206 e 237 quilómetros/hora.