Como conheceu o Rui Moura?
Conheci o meu marido há 25 anos, num momento em que eu procurava um pianista para me acompanhar num espectáculo de música francesa.
O que anda a fazer?
Estou a fazer dois projectos em simultâneo e tenho trabalhado 12 horas por dia. Estou a concluir um curso intermédio dentro de uma área que não tem a ver com o Direito. Tenho tudo cronometrado ao minuto. Tenho a advocacia e paralelamente vou fazendo muitas outras coisas. Mas como sou mulher de obra feita, não gosto de dizer que ando a fazer isto e aquilo. Quando os projectos vierem a conhecer a luz do dia terei muito gosto em falar.
Como encontram tempo para namorar e para se mimar no meio dessa azáfama toda?
A nossa actividade é em casa. Mudámos para uma casa grande porque já não dava para partilharmos o mesmo escritório. O Rui tem três telemóveis a tocar ao mesmo tempo e depois diz-me que não consegue trabalhar enquanto eu estou ao telefone (risos). Decidimos, então, ir para uma casa maior onde cada um tem o seu "estabelecimento comercial".
É complicado trabalharem juntos?
O Rui trabalha por conta própria, desde que a empresa dele encerrou, em 2007. No início, foi complicado para ele porque estava muito habituado a conviver, mas, para mim, foi óptimo. Gosto muito de estar com ele porque passei muitos anos sozinha. A minha actividade era muito solitária.
Vivem uma longa história de amor. Qual o segredo?
Acho que temos, sobretudo, muita afinidade espiritual e muita compatibilidade de feitios. Ele é Gémeos com ascendente de Touro e eu sou Balança com ascendente de Gémeos. De modo que um diz "mata" o outro "esfola"; um diz "vou" o outro já lá está. Somos os dois o verbo "ir".
Nunca chegaram a casar-se...
Vivemos em união de facto. Conhecemo-nos há 25 anos, em Setembro, e começámos a viver juntos em Fevereiro. Foi uma coisa muito rápida. Éramos trabalhadores-estudantes e juntámo-nos assim: eu a acabar o curso de Direito, ele a começar o curso de Publicidade. Foi uma vida de muita luta e muito esforço e ainda continua a ser. Continuamos sempre a lutar, sempre com muita vontade de ir para a frente e apoiamo-nos mutuamente. O fundamental é que quando um está mais em baixo o outro dá força. Tentamos ser uma equipa e há muito diálogo quando as coisas não estão a funcionar bem. É isso que, se calhar, nos faz manter até hoje.