Marcos Caruso não teve uma infância fácil, mas foi uma fase que conseguiu superar. O ator brasilerio foi o mais recente convidado do programa ‘Alta Definição’, da SIC, onde recordou a mãe que nunca conheceu, pois morreu pouco depois do parto.

“Perdi a minha mãe quando nasci. Era filho único, o meu pai ficou viúvo… Fui viver com uma avó, depois com uma tia, depois o meu pai casou-se e não me dei muito bem com a madrasta”, disse Marcos, referindo que cresceu a viver “de mão em mão, de tia em tia, de avó em avó”.

“Não tenho boas recordações dessa infância, mas isso tudo é bom porque isso tudo faz parte de você. Você tem que transformar um limão não numa limonada, mas sim numa caipirinha e eu transformei”, afirma.

A ausência da mãe fez-se notar em vários momentos da sua infância e há um que nunca mais se vai esquecer, quando tinha oito anos.

“A professora escreveu no quadro: ‘Redação de hoje, minha mamã querida’, porque era o Dia da mãe. Lembro-me que todas as cabeças que estavam à minha frente baixaram-se para escrever e eu fiquei com a cabeça para cima, a olhar para os lados. Todos tinham mãe e começaram a fazer a redação minha mamã querida. Eu baixei a minha [cabeça] e inventei uma mãe”, lembra.

Hoje tem pena de não ter essa redação guardada. “Queria saber a mãe que eu idealizei naquele momento”, lamenta.

Admite que a mãe “fez-lhe muita falta”, mas também sente-se protegido por ela. Tem sempre a fotografia dela ao lado da cama e sempre que vai fazer alguma coisa pede-lhe proteção. “Sei que ela me está a proteger”.

O pai é o seu ídolo, apesar de ter estado muito tempo afastado dele. “Ele sofreu muito. Levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima em todos os momentos tristes, amargos e dramáticos da vida dele”, acrescentou.

Na altura em que a mãe morreu, o pai dedicou-se por completo ao trabalho, afastando-se de si porque queria “esquecer, de certa forma, aquela mulher que tinha gerado aquela criança que lembrava esposa dele...”. “Eu entendo perfeitamente. Não entendi durante muitos anos, fiquei um pouco jogado entre tias e avós, sem pai. Conheci mesmo o meu pai quando tinha 20 e poucos anos”, continuou.

No entanto, hoje tem uma forte ligação com o progenitor. “Ele tem tanto orgulho em mim, em ser o pai de Marcos Caruso”.