Leonor Poeiras voltou a trazer à tona um dos temas que mais têm estado na ordem pública nos últimos meses: o assédio sexual. A apresentadora revelou em entrevista ao jornal Expresso que foi assediada pelo seu psicanalista.

Leonor explica que o caso aconteceu há vários anos, revela a identidade do alegado agressor e apresenta provas, no caso SMS e emails, que alegadamente confirmam o assédio sexual e moral de que diz ter sido alvo.

Frederico Pereira, um dos especialistas mais reputados da área e primeiro reitor do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA), é o homem a quem se refere a comunicadora.

Leonor recorreu ao especialista por não estar bem a nível emocional. No início da terapia, foi-lhe diagnosticada uma depressão e só ao fim de 200 sessões terá começado o assédio.

"Entreguei-me por completo a esta pessoa. Só numa madrugada, ao fim de 200 sessões, é que eu percebi o que estava a acontecer...", conta, revelando que só se deu conta do que realmente estava a ocorrer quando recebeu uma mensagem onde o especialista se oferecia para ir ao seu encontro durante umas férias.

"Esta é uma mensagem erótica, erotizante, que me chocou profundamente. O que me enoja nisto tudo é ele acreditar que a sua investida podia ser bem recebida", afirma, referindo-se à tentativa em questão.

Frederico Pereira terá pedido desculpa pela sua abordagem numa série de outras mensagens e emails, onde pedia que o contacto fosse retomado, mas Leonor decidiu terminar a psicanálise.

A posição da apresentadora não foi, contudo, bem aceite e motivou uma reação "grosseira, vingativa, que mostra um ego ferido", no caso um email.

"Entendi, mal, que tinha atingido níveis que agora obviamente não alcançou. A sua atitude revela uma interpretação da sua parte que é ofensiva: transformou uma partilha de pensamentos, mal formulada é certo, numa tentativa de ‘engate rasca’ ou de ‘sedução parola’. Se não se tivesse posto em bicos de pés poderia ter dado um salto importante, esclarecendo as suas reações e procurando compreender as minhas", cita o Expresso, tendo tido acesso ao referido email pelas mãos de Leonor.

Na época, o silêncio foi a melhor opção para a apresentadora. "Não era capaz de ser confrontada em tribunal com ele a falar sobre a minha vida íntima, principalmente porque não estava numa fase boa. E o processo ser público", assegura, dando conta de que seguiu os conselhos de uma outra psicanalista.

Apenas em 2020 Leonor Poeiras decidiu procurar um advogado e avançar com uma queixa à Ordem dos Psicólogos, tomando conhecimento na altura de que um possível processo disciplinar ou criminal já tinha prescrito, por terem passado mais de cinco anos.

Frederico Pereira reagiu às polémicas acusações de que é alvo alegando que não deve "responder a pessoas perturbadas", mas acabando ainda assim por confirmar o envio de SMS.

"De facto às 4 da manhã, quando acordei, terei dito essas coisas. Mas esse assunto ficou por aí. Não tem nenhuma insinuação sexual", referiu em declarações ao Expresso.

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