Vai buscar a energia com que a vemos na televisão à prática de exercício físico matinal e à comida do bem, como gosta de lhe chamar. Esta é a vida saudável de Isabel Silva, a apresentadora revelação de 2015, para quem uma boa alimentação e estar em forma é igual a ser feliz. «Em criança já tinha uma alimentação saudável, depois fui descobrindo mais coisas. Sou muito curiosa com este mundo da comida do bem», assume. Veja a galeria de imagens da produção fotográfica que a também repórter fez para a capa da revista Prevenir.
Faz a apologia de um estilo de vida saudável e partilha a sua alimentação nas redes sociais. O que é isso da comida do bem?
Chamo comida do bem a todos os alimentos que fazem bem à minha saúde, tanto a nível físico como espiritual. Produtos sem corantes, conservantes, químicos ou aditivos, comida pura tirada da terra. Sou fã incondicional dos produtos biológicos por causa disso mas também porque o sabor e textura são melhores. As pessoas dizem queé caro, mas é uma questão de prioridades e as minhas incluem investir na saúde.
Prefiro gastar um bocadinho mais na alimentação e ir menos à farmácia. Além disso, não dispenso superalimentos (como lúcuma, erva-trigo e erva de cevada) que, apesar de serem caros, duram meses já que basta uma pequena quantidade para obter os benefícios. Por exemplo, uma colher de café de camu camu equivale a várias laranjas.
Como é que se organiza para fazer as compras e planear as refeições?
Todas as semanas encomendo um cabaz de produtos biológicos da Quinta do Arneiro. Compro sempre tudo em pequenas quantidades porque detesto desperdício. Crio os meus pratos consoante o que tenho em casa e só volto a ir ao supermercado depois de esvaziar o frigorífico. Nunca faço as mesmas compras.
Se esta semana compro pão, na outra já não compro. Agora compro iogurtes de ovelha, para a semana não como iogurtes e, na próxima, compro de soja. Se comprei maçãs, peras e papaias, a seguir compro morangos e mangas. De manhã, como sempre dois superalimentos mas também vario consoante o meu estado de espírito.
Quando é que começou a preocupar-se com a alimentação desta forma?
Em criança já tinha uma alimentação saudável, depois fui descobrindo mais coisas. Sou muito curiosa com este mundo da comida do bem. Uma das coisas que mais adoro fazer na minha folga é ir a um supermercado biológico só para ver. Sou capaz de estar ali duas ou três horas a descobrir alimentos novos, legumes, frutas especiarias, cereais...
Leio os rótulos, o valor nutricional, pesquiso na internet se aquele produto é bom... Há dias, encontrei à venda bebida de alpista. Pesquisei, vi que fazia bem e trouxe para experimentar.
Já fez algum curso de culinária?
Não. Aliás, durante a faculdade, quando vivia com amigas, eu era a que lavava a loiça e nunca cozinhava. Comecei a cozinhar quando fui morar sozinha e adoro, mas não sou de fazer pratos elaborados. Nunca demoro mais do que 20 minutos a cozinhar.
Veja na página seguinte: Os truques a que Isabel Silva recorre para comer bem fora de casa
Come sempre biológico?
Prefiro os alimentos biológicos, mas se vou ao supermercado e não há frango biológico compro do outro. Se for a casa de alguém também não vou deixar de comer por não ser biológico. Como o menos possível trigo porque me faz sentir inchada e sinto-me melhor quando não como. Também não bebo leite de vaca, prefiro bebida de arroz que é mais saudável.
Custa-lhe manter essa alimentação? Quais são os seus pecados?
Abomino a palavra dieta. As pessoas devem ter hábitos saudáveis e a comida do bem é tão deliciosa que não é um sacrifício. Claro que, às vezes, saio da linha. Gosto muito de doces, não como todos os dias porque não faz bem mas também porque se comesse um pastel de nata todos os dias ia deixar de dar o mesmo valor.
Assim, torna-se o melhor momento do meu dia. Mas, pelo menos duas vezes por semana, faço as minhas asneiras. E não guardo nada para o dia da asneira. Se hoje tiver que beber um copo de vinho, bebo. Se amanhã tiver que comer uma fatia de bolo como. Mas compenso. Se sei que na sexta vou ter um jantar, durante a semana não abuso. É esta a gestão que faço.
A que truques recorre para comer bem fora de casa?
Quando vou jantar fora, como um prato de sopa antes de sair de casa. Até chegar ao restaurante e começarmos a comer passa sempre no mínimo uma hora e meia e uma das piores coisas que se pode fazer é ir jantar com muita fome. A sopa aconchega-me e permite-me não atacar o que faz mal. Escolho bem as entradas. Como amêijoas ou pimentos padrón, uma coisa diferente e que não me encha antes de vir o prato.
E faço opções! Nunca como entrada, vinho, prato com hidratos de carbono e sobremesa tudo na mesma refeição. Se uma das coisas que quero experimentar é uma determinada sobremesa, não peço entrada e, em vez do copo de vinho, bebo um chá.
Sente alguma responsabilidade social ao partilhar o seu estilo de vida?
Não sou nutricionista, mas se puder inspirar as pessoas a melhorar o estilo de vida acho ótimo. Sei que muitas pessoas me seguem no Instagram pelo meu estilo de vida e isso deixa-me feliz. Há mães que me agradecem porque conseguiram por os filhos a comer legumes através da forma como eu os preparo, seja em batidos, saladas ou refogados.
Se incentivar as pessoas, excelente, mas não é o meu objetivo. Tenho é paixão por esta vida e gosto de partilhar isso. Também sigo pessoas que me inspiram e com quem aprendo muito.
Veja na página seguinte: As rotinas de treino de Isabel Silva
No que toca ao exercício físico, qual é a sua rotina habitual?
Segunda-feira de manhã vou correr junto à praia. Faço entre 12 a 18 quilómetros e termino com um mergulho no mar. Às terças-feiras faço uma aula de ginásio às sete da manhã. Às quartas-feiras geralmente descanso. Às quintas-feiras, vou fazer RPM às sete da manhã e, às sextas faço, RPM e grit, treinos intervalados, de 30 minutos, de alta intensidade. Antes do [programa de televisão] «Dança com as Estrelas», tinha um ritual. Correr em grupos aos domingos.
Nas provas, conhece-se muitas pessoas que partilham a mesma paixão, que correm aos fins de semana e fazem piqueniques. Também adoro as provas. Não sei se é da buzina, se é por ter o dorsal, mas dou sempre muito mais do que nos treinos.
Onde é que vai buscar energia?
A energia que tenho deve-se ao exercício que faço. Se não fizesse desporto não era feliz, fazer exercício dá-me um prazer muito grande. Só comecei a correr há um ano por influência de um grupo de amigos do ginásio na casa dos 60 anos e que são uma inspiração. Adoro correr e desportos de alta intensidade, daqueles que fazem suar a camisola.
Estabelece um objetivo para os treinos?
O objetivo é sair da zona de conforto. Sentir que dei tudo, terminar o treino e pensar «Uau, estou mesmo leve!» e sentir-me em forma. Faço treinos de reforço muscular, de que não gosto tanto, porque percebo que para ter uma boa performance na corrida tenho de ter uma quantidade considerável de músculo.
Diz que a felicidade se faz de pequenas conquistas. Superar-se a nível físico tem influência nos outros campos da vida?
Tem. Quando me supero fico feliz e transmito isso aos outros. Vou trabalhar cheia de energia. já disse que no contrato da TVI devia lá estar que a Isabel Silva tem obrigatoriamente de fazer desporto. O meu sucesso está dependente da forma como treino. Quando não treino e não como bem não ando bem disposta.
O que é que a faz correr?
Sou muito apaixonada pela vida, gosto muito de viver, gosto tanto de viver! E aceito-me como sou e gosto da pessoa que sou. Procuro o equilíbrio do corpo e da mente para viver o máximo de tempo possível com o máximo de alegria possível.
Texto: Bárbara Bettencourt com Carlos Ramos (fotografia)
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