São 136 páginas de anedotas. Quanto tempo levou para compilar todo esse material?

Foi um desafio que aceitei fazer há quase 22 anos! No fundo, estamos perante uma reedição de um trabalho intemporal e novo para toda uma geração.

O livro chama-se "As eternas anedotas do Herman". Espera que a sua obra seja um manual de humor das futuras gerações?

De maneira nenhuma. As anedotas são as "amebas" do humor. Organismos monocelulares nada ambiciosos, mas que estão na base da construção de muitos e bons textos de humor.

O livro ainda nem tinha chegado às livrarias e a primeira edição já estava esgotada. Acha que as pessoas estavam à espera desta obra?

Não me parece. Os livros de anedotas são como a Coca-Cola. Toda a gente consome e gosta, mas ninguém a guarda na garrafeira!

Acha que colabora para mudar a visão pessimista de Portugal?

Os portugueses são negativos só em território português. Assim que viajam são tomados por uma alegria de viver incontrolável. E como ler é viajar...

Diz no livro que escrever é "um exercício deliciosamente libertador". Quando escreve, do que se liberta?

O exercício libertador é escrever disparates. E para os ficar a conhecer basta comprar o livro.

Também ilustra o seu livro. Sente-se um artista completo com tantos talentos?

Não lhe chamaria um livro. Antes uma brincadeira em forma de livro.

Lançou livros de piadas e de receitas. Gostava de escrever num outro registo?

Esse hei-de escrevê-lo com tempo, assim que sentir que Portugal se transformou numa democracia plena.

(Entrevista de Vanessa Amaro)