O motivo que levou ao revival

A ideia de voltar a juntar as amigas mais famosas de Manhattan no pequeno ecrã partiu de Sarah Jessica Parker. Mais do que dar a conhecer ao público as suas aventuras após a chegada dos 50, com este projeto a atriz quis recuperar a "alegria, o sentido de comunidade, a experiência de estarmos juntos" que se perdeu com a pandemia da COVID-19 e que vai estar refletida na série. "O mundo da Carrie e das suas amigas sempre foi como ‘um regresso a casa’, e senti que precisávamos disso neste momento", disse à edição de novembro da revista Vogue.

A ausência e o regresso de algumas personagens

Um dos temas mais comentados após ter sido anunciado o regresso da série foi ausência de Kim Katrall, que não vai voltar a vestir a personagem de Samantha Jones, conhecida pela sua frontalidade, lado cómico e sex-appeal. Após rumores de um desentendimento, Sarah Jessica Parker pronunciou-se sobre o assunto, lamentando a ausência da atriz, na rede social Instagram, e onde deixou a seguinte mensagem após os comentários de fãs. "A Samantha não faz parte desta história. Mas vai fazer sempre parte de nós. Independentemente de onde estejamos ou daquilo que fazemos."

Nesta série os fãs vão rever os respetivos pares amorosos das três personagens - Mr. Big, Harry Goldenblatt e Steve Brady - e ainda alguns ex-namorados de Carrie Bradshaw, como é o caso de Aidan Shaw e Jack Berger.

A aposta num casting mais inclusivo e diverso

A falta de representatividade, seja étnica, racial, género ou social, sempre foi uma das falhas de 'O Sexo e a Cidade'. "A incrível falta de diversidade sempre foi o calcanhar de Aquiles da série", disse Cynthia Nixon à publicação de moda em relação a este tema. Aquando deste revival, essa foi uma das grandes preocupações dos produtores que apostaram em integrar diferentes personagens, storylines e refletir uma Nova Iorque mais real e autêntica.

As atrizes Nicole Ari Parker, Karen Pittman e Sara Ramirez são alguns dos nomes que vão brilhar ao lado de Carrie, Charlotte e Miranda mas esta inclusão também se sente ao nível da equipa de produção. "Abordar os indivíduos negros e de cor na série foi importante para mim de forma a torná-los reais e não como se tivessem sido atirados ali para o meio", explicou Samantha Irby, uma argumentista negra envolvida nos 10 episódios de "And Just Like That…" que vão ter Sarah Jessica Parker, Cynthia Nixon e Kristin Davis como produtoras executivas.

O foco na vida após os 50

Os novos episódios vão focar-se na nova fase da vida das personagens que agora estão na casa dos 50 anos e mais maduras. Para as protagonistas esta é uma fase "entusiasmante" uma vez que, à semelhança dos fãs, vão poder descobrir como é que as amigas se adaptaram aos desafios do mundo atual e como é que a sua vida familiar, profissional e amorosa se modificou com o passar dos anos. "Quem são elas no mundo atual? Adaptaram-se? Que papel desempenharam? Como é que falharam como mulheres, como amigas, e como estão a encontrar o seu caminho?", disse Sarah Jessica Parker à Vanity Fair, em Janeiro de 2021.

Para Casey Bloys, chief content officer da HBO Max, este revival "é muito indicativo das fases reais da vida… [Os produtores] Estão a tentar contar uma história honesta sobre como é ser uma mulher com 50 anos a viver em Nova Iorque", disse ao site TV Line, em fevereiro de 2021.

Recorde-se que após a divulgação das primeiras fotografias e teasers da nova série, a aparência das atrizes foi amplamente criticada. Os cabelos brancos e as rugas foram dois dos temas mais debatidos nas redes sociais, o que levou a uma reação de Sarah Jessica Parker. "Existe tanta conversa misógina em resposta a nós que nunca aconteceria com um homem", começou por dizer, indignada, à bíblia da moda. "Toda a gente tem algo a dizer. […] É como se as pessoas não quisessem que nos sentíssemos bem pela fase em que estamos, como se tivessem prazer em que nós ficássemos magoadas por aquilo que somos atualmente, seja porque escolhermos envelhecer de forma natural e não sermos perfeitas, ou por fizemos algo que nos faz sentir bem. Eu tenho consciência da minha aparência. Não tenho escolha. O que é que vou fazer em relação a isso? Parar de envelhecer? Desaparecer?", afirmou.

A nova responsável de guarda-roupa

Quem não se lembra do famoso casaco de pêlo, do vestido Dior com estampado de jornal ou do vestido branco com uma gigante flor usado por Carrie Bradshaw? Todos estes looks icónicos ficaram a cargo da estilista Patricia Field que, devido a conflitos de agenda, não vai fazer parte deste projeto.

"Não conseguia estar em Nova Iorque a fazer isso e em Paris a fazer o 'Emily in Paris'. Mas disse-lhes para ligar à minha querida amiga Molly Rogers, que também trabalhou na minha loja. Fez 'O Sexo e a Cidade' comigo do início ao fim", disse em entrevista ao site WWD, em maio de 2021.

Artigo publicado a 18 de novembro de 2021