Foi difícil chegar onde chegou?
Foi uma batalha difícil. Tive que abdicar, sobretudo, do orgulho. Porque se formos abaixo cada vez que ouvimos um não, e ouvimos muitos "nãos" antes de ouvirmos um "sim", desistimos. Neste momento acha que está em que patamar da sua carreira?
Estou no 1º ou 2º andar de um prédio de 15 andares. Ainda tenho muito que subir. Mas consegui qualquer coisa que, para mim, já é muito grande e muito importante. Portanto, aconteça o que acontecer, esta viagem valeu a pena.Está a encarar esta viagem com muita calma ou com pressa?
Não posso ter pressa. Continuo a fazer castings para cinema porque é o que quero fazer. Infelizmente não tantos quantos gostaria, porque a série só me permite gravar outras coisas nas férias. O "NCIS - Los Angeles" é um trampolim, na medida em que as pessoas me reconhecem quando entro numa sala de castings, mas os tempos de gravação têm sido difíceis de acertar. Como é a rotina da Daniela Ruah em Los Angeles?
A meio da época de gravação acordo às 5 da manhã pois temos que estar no trabalho entre as 5h30 e as 6h00. Demoramos oito dias úteis a gravar um só episódio. Cinco dias são "on location", ou seja, temos que andar para trás e para a frente em Los Angeles e, por isso, temos que acordar cedo. Tem tempo para se divertir e estar com os amigos?
Pouco, e mesmo quando tenho tempo estou tão cansada que acabo por não fazer grandes coisas. Divertir para mim é viajar, conhecer novas cidades. O resto do tempo gosto de estar sossegada em casa com um grupo de amigos. A fase das festas e das saídas já passou. Nova Iorque foi a loucura total, fartava-me de sair e viver aventuras de que tenho boas memórias.Para quando um regresso definitivo a Portugal?
Neste momento, mesmo que quisesse, seria impossível porque tenho um contrato de vários anos (com a cadeia de televisão americana CBS). Mas se me apresentarem um bom argumento, neste caso, só poderia ser de um filme porque televisão demora demasiado tempo a fazer, com uma personagem rica e consistente. Não tenho problemas nenhuns em trabalhar cá.É considerada uma das mulheres mais sexys do mundo. Identifica-se com essa imagem?
Há dias em que sim, outros não (risos). Agora, por exemplo, tenho este vestido, o cabelo está arranjado e estou maquilhada e realmente sinto-me sensual e sexy. Mas a sensualidade também não é só uma questão de estética, também é um bocadinho o que nos vem cá de dentro. Se nos sentimos bem, isso sai cá para fora.Que mudanças sentiu enquanto mulher no último ano?
Acho que amadureci muito na forma de pensar e de ver a vida. Na forma de lidar com os meus próprios complexos. Acho que comecei a perceber que há coisas que realmente não interessam e que não vale a pena estarmos a ficar ansiosas ou stressadas com isso. Os amigos e a família notam essas mudanças?
Acho que em termos de personalidade não mudei. Tanto que recebo imensos comentários de pessoas que me dizem: "Que engraçado, não mudaste nada". E ainda bem!Tem os pés assentes na terra?
Acho que sim. Também se não tivesse, tenho muita gente à minha volta que me puxava logo para baixo até eu aprender (risos). Disse numa entrevista que se não apontarmos para as estrelas não conseguimos chegar às nuvens.
Se não apontarmos para as estrelas não chegaremos sequer às nuvens e as nuvens já são um patamar bastante alto. A minha família sempre me apoiou bastante, mas sempre disse: "Faz aquilo que quiseres, mas tens de ser a melhor naquilo que fazes". Isso deu-me esse mote de vida de tentar apontar para as estrelas.(Texto: Inês Costa)
(Fotos: Tiago Caramujo/SapoFama)
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