Era uma das presenças mais aguardadas no painel «Direitos Identitários e Individuais», um dos que integram a conferência «Os Direitos Humanos e os desafios do século XXI», que decorre desde ontem em Lisboa. Chegou a horas, de forma discreta, mas não conseguiu passar despercebida. «Sei que a minha opinião só vale cinco cêntimos mas tenho a oportunidade de falar e de me fazer ouvir», referiu esta tarde Conchita Wurst na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

«Ainda há muitos aspetos para trabalhar mas, na Europa, nós [pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros (LGBT)] vivemos uma vida privilegiada [em comparação com pessoas de países como o Uganda e a Rússia, referidos por Miguel Vale de Almeida na sua intervenção momentos antes]», disse a cantora, vencedora do Festival Eurovisão da Canção de 2014 e porta-voz dos direitos LGBT.

Muito questionada por jovens com dúvidas acerca da sua sexualidade, a intérprete de «Rise like a phoenix» procura usar o seu mediatismo para passar mensagens em defesa da igualdade e da tolerância. «É bom sentir que as pessoas [dessa comunidade] consideram que que a minha opinião é relevante o suficiente para as ajudar», afirmou depois de revelar que não escolheu ser porta-estandarte da causa. «Aconteceu naturalmente porque eu sou membro da comunidade LGBT», explicou.

Texto: Luis Batista Gonçalves