Eis que um ano depois da polémica estalada que levou de Will Smith em plena cerimónia dos Óscares, Chris Rock abordou o assunto, de forma aberta, num espetáculo de gravou para a Netflix.
Em 'Chris Rock: Selective Outrage', que aconteceu em Baltimore, o comediante, de 58 anos, lamentou a hipersensibilidade presente na sociedade atual e defendeu a existência do que designou ser como "indignação seletiva".
"Nunca se sabe quem pode ficar melindrado. Aqueles que dizem que as palavras magoam é porque nunca levaram um soco na cara", afirmou.
"Não sou uma vítima. Nunca me verão a chorar na Oprah ou na Gayle. Nunca verão isso. Nunca acontecerá", garantiu, notando que sempre evitou expor o que sentia nas plataformas mais comuns entre as celebridades.
"Não temos o mesmo tamanho. Este homem faz filmes em tronco nu. Nunca me verão a fazer um filme assim. Se aparecesse a fazer uma cirurgia ao peito num filme, seria com camisola", disse ainda.
"Adoro o Will Smith, toda a minha vida", notou, igualmente. "Toda a minha vida torci pelo Will Smith... Agora vejo 'Emancipação' só para o ver a ser espancado", completa, referindo-se ao filme no qual Smith dá vida a um homem que é escravizado.
Rock respondeu igualmente à pergunta que mais lhe foi feita, nomeadamente, "porque é que não fez nada naquela noite?". "Porque eu tenho pais. Sabem o que os meus pais me ensinaram? Nunca lutes à frente de brancos", respondeu.
O humorista comentou igualmente uma série de assuntos como a polémica à volta do príncipe Harry e de Meghan Markle, das Kardashians, do direito ao aborto e ainda do que garante ser o maior vício na América: a atenção.
"Costumávamos querer amor, agora só queremos likes [gostos]", afirmou.
Quanto à "selective outrage" - "indignação coletiva" - Chris lamentou a cultura de cancelamento e o facto de não afetar todas as pessoas da mesma forma. Como tal, deu o exemplo de Michael Jackson e R. Kelly, ambos acusados de abuso sexual de menores.
"Uma pessoa faz alguma coisa e é cancelada. Alguém faz exatamente a mesma coisa e nada. É o tipo de pessoas que tocam as músicas de Michael Jackson, mas não tocam as de R. Kelly. O mesmo crime, só que um deles só tem músicas melhores", atirou.
Recorde-se que Chris Rock levou o estado de Will Smith na cerimónia dos Óscares do ano passado depois de ter feito uma piada sobre a mulher do ator, Jada Pinkett Smith, nomeadamente, o facto desta ser careca (devido a alopecia) tendo-a comparado à personagem de G. I. Jane, personagem interpretada por Demi Moore, que a certo momento do filme decide rapar o cabelo.
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